Agro
Pela primeira vez em oito anos, Alagoas ultrapassa 20 mi de toneladas de cana
Atualmente apenas 15 usinas operam a cada ciclo
A safra de cana-de-açúcar 2022/2023 confirma o ciclo de recuperação do setor em Alagoas, iniciado na safra 2018/2019. Na moagem anterior (2017/2018) as usinas do Estado tiveram o pior desempenho da história recente da cadeia produtiva da cana, esmagando apenas 13,7 milhões de toneladas.
A partir da safra 2018/2019 foi iniciado um novo o ciclo de crescimento. No atual ciclo, todas as estimativas foram superadas. Seguramente já passamos de 20 milhões de toneladas esmagadas e a estimativa é que as indústrias ainda podem retirar mais 1 milhão de toneladas”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.
Inicialmente, a estimativa era de uma moagem de até 19,5 milhões e uma moagem até o começo de abril. O excesso de chuvas no verão de 2022, provocou uma recalibragem nos cálculos.
“Todas as usinas que estão em operação seguem com a determinação de só encerrar a moagem quando a chuva não permitir mais a colheita. A informação que temos agora é que algumas das nossas unidades deverão operar até maio, sem data para parar”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL.
No boletim técnico (veja aqui) divulgado pelo Sindaçúcar-AL, com dados até 15 de abril, a moagem já tinha alcançado 19,6 milhões de toneladas de cana em Alagoas. Como a média de moagem, nesse período tem oscilado entre 60 mil e 65 mil toneladas de cana dia, é possível afirmar que Alagoas já ultrapassou a marca de 20 milhões de toneladas de cana, que foi alcançada pela última vez há 8 anos.
“O esforço é colher toda a matéria-prima que ainda está no campo, tanto de fornecedor, se ainda houver, quanto das indústrias. Em parte a decisão, de já ter chegado até o final de abril pela maioria das unidades, se mostrou acertada. Isso vai possibilitar que Alagoas tenha um crescimento acima de 10% na sua produção em comparação com a safra anterior”, afirma.
Trajetória
A agroindústria da cana-de-açúcar de Alagoas está em fase de retomada da produção. O setor viveu seu pior momento na safra 17/18, com a menor produção da história. A moagem foi de apenas 13,7 milhões de toneladas de cana – praticamente metade da média histórica alagoana (de 25 a 26 milhões de toneladas por ciclo).
A crise deixou suas sequelas. Até a safra 14/15, quando esmagou 23,1 milhões de toneladas de cana, o Estado tinha 19 usinas em operação. Atualmente apenas 15 usinas operam a cada ciclo.
Desde a safra 2017/2018, Alagoas vem tentando retomar, safra após safra sua produção histórica. E tem mostrado potencial para chegar lá. Depois do “fundo do poço”, em 17/18, com 13,7 mi de toneladas, a moagem foi a 16,5 mi em 18/19, depois 16,9 mi em 19/20, chegou a 17,03 mi em 20/21 e de 18,2 milhões de toneladas na safra 21/22.