Agro
“Recuperação” impressionante: usina de AL dobra produção de cana em quatro safras
A empresa conseguiu recuperar os danos provocados no parque industrial e fechou a safra 2022/2023 com planos que vão além da recuperar judicial e do canavial
Depois de amargar queda de mais de 41% de sua produção entre as safras 200/2008 e 2016/2017, a Usina Santa Clotilde, localizada no município de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, enfrentou em 2018 um processo de recuperação judicial.
A empresa havia deixado, um pouco tempo antes de integrar a Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA), que também entrou em recuperação judicial em 2017.
Para a Santa Clotilde, fundada em 1967, iniciar um plano de recuperação judicial fora da CRPAAA, após décadas, seria uma experiência inovadora. E mais que isso, um desafio.
Na safra 2018/2019, a empresa esmagou apenas 513 mil toneladas de cana (sendo 236 mil próprias). Sob o comando de uma diretoria renovada e com apoio do conselho, a aposta na recuperação começou pelo campo. Uma nova equipe de técnicos, liderada pelo agrônomo Leonardo Costa apostou na renovação do canavial e na inovação, com a intensificação do uso de irrigação por pivôs lineares, uso de vinhaça concentrada e enriquecida e novas variedades de cana mais produtivas.
Na outra ponta, a empresa se reaproximou de fornecedores de cana, o que permitiu um aumento significativo da produção para 860 mil toneladas (sendo 352 mil próprias) já na safra 2019/2020.
Na safra 2020/2021 a produção cresceu para 892 mil toneladas (sendo 433,9 mil próprias). No ciclo seguinte, 2021/2022, um novo salto. A moagem chegou a 992 mil toneladas (sendo 543 mil próprias).
A safra 2022/2023 foi encerrada na Santa Clotilde foi encerrada na quarta-feira, 03/5, com um recorde histórico. A usina conseguiu esmagar mais de 1,1 milhão de toneladas de cana (sendo 555 mil próprias), mesmo depois de ter enfrentado problemas decorrentes das fortes chuvas em julho de 2022, dois meses antes do começo da safra em Alagoas.
A empresa conseguiu recuperar os danos provocados no parque industrial e fechou a safra 2022/2023 com planos que vão além da recuperar judicial e do canavial.
A recuperação também foi puxada, como releva o diretor financeiro Daniel Berard, por incentivos dados pelo governo de Alagoas. A retomada da produção da Santa Clotilde coincide com a equalização da carga tributária do setor no Estado com Pernambuco. “Foi fundamental para todo a cadeia produtiva da cana-de-açúcar o incentivo concedido pelo Estado em 2018 e renovado em 2022”, aponta.
O incentivo, concedido em 2018, no governo de Renan Filho, coordenado pelo então secretário George Santoro (Fazenda), deu competividade às usinas de Alagoas no mercado regional, possibilitando novos investimentos no setor.
“0 incentivo dado pelo governo possibilitou não só a recuperação dos canaviais das usinas, mas também dos fornecedores. Graças a iniciativa do ex-governador Renan Filho e do ex-secretário Santoro foi possível investir nos canaviais e na recuperação dos parques industriais”, aponta o diretor financeiro da usina, Daniel Berard.
Neste novo cenário, em apenas quatro safras, entre 2019 e 2023, numa “recuperação” de fato impressionante do ponto de vista agrícola e industrial, a safra na Santa Clotilde mais que dobrou, passando de de 513 mil para 1,1milhão de toneladas de cana.
O objetivo, agora, é apostar em tecnologias para melhorar a produtividade, além de fortalecer a relação com fornecedores. Na nova fase, ninguém na Santa Clotilde parece querer olhar para o retrovisor.
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Veja texto da assessoria
Santa Clotilde tem crescimento de 12,2%
A Usina Santa Clotilde finalizou a safra 22/23 alcançando mais um recorde na quantidade de cana processada. Face a moagem passada, foi registrado um crescimento de 12,2%.
De acordo com dados repassados pela unidade industrial, foram beneficiadas, neste ciclo, mais de 1,1 milhão de toneladas de cana. Já no ciclo 21/22, foram esmagadas mais de 992 toneladas.
A unidade industrial, localizada no município de Rio Largo, produziu ainda 25.650.557 litros de etanol e 1.653.065 sacos de açúcar.
Segundo a direção da empresa, a conquista dos números positivos na safra atual foi fruto do empenho, perseverança e parceria de acionistas, colaboradores, clientes e fornecedores.
“Encerramos mais um período produtivo para o nosso setor, onde superamos diversos obstáculos nessa safra 22/23. Juntos, mostramos a força e a importância da nossa usina para o desenvolvimento econômico, social e ambiental”, declarou a empresa em publicação em rede social.