O diretor-presidente do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL), Moisés Leandro da Silva, afirmou, em entrevista ao Jornal de Alagoas, que o órgão precisaria de 300 profissionais contratados para atender a demanda da agricultura familiar em todos os municípios de Alagoas.  

''Se tivéssemos hoje, em torno de trezentos profissionais contratados, formaríamos uma equipe que estaria presente em todos os municípios do estado de Alagoas", afirmou. Concursos para a Emater-AL são demanda antiga dentro de Alagoas.  Em abril de 2021, o então governador do Alagoas, Renan Filho (MDB), anunciou a realização de certame com 100 vagas na área da assistência técnica agrícola, porém, até a atual gestão, do governador Paulo Dantas (MDB) nada foi concretizado oficialmente.  

Segundo Moisés, o estado alagoano tem em média 100 mil estabelecimentos de agricultura familiar, com uma população demandante em torno de 500 mil agricultores familiares.  O gestor classificou essa demanda como ''monstruosa'', e disse, ''certamente o estado não terá condição de atender isso de forma de forma direta, numa equação que seja razoável, mas vai fazer aquilo que é possível''.  

Para ele, é necessário que Alagoas tenha uma política pública permanente de assistência técnica e extensão rural. ''Acho que isso é fundamental, assim como um fundo que garanta o financiamento das ações de essência técnica'', disse ele, afirmando que já foi encaminhado um processo para a Procuradoria Geral do Estado (PGE/AL), para garantir a ação de política pública no estado de Alagoas que passa diretamente pela realização de um certame.

O que Alagoas precisa pra desenvolver ainda mais na agricultura familiar?

O diretor da Emater diz acreditar que a atuação nas cadeias produtivas deve ser um fator essencial ao desenvolvimento agrícola de Alagoas "a exemplo da bovinocultura leiteira que é o 'carro chefe gerador de empregos''.  

''A gente não pode desconsiderar a força que tem também a horticultura e a fruticultura de uma forma geral, e as diversas cadeias de raízes e tubérculos'', detalhou o diretor-presidente. 

Desafios

''Hoje, por exemplo, quem produz macaxeira, não quer comprar em casca, tem que ter pelo menos ela descascada e envasada a vácuo".

Segundo ele, a demanda por um produto melhor trabalhado na entrega ao produtor final é um dos desafios enfrentados pela agricultura alagoana.  "Se você tem um excesso de produção de macaxeira, você pode transformar aquilo, não só em farinha, mas em bolo e ''tudo isso é um desafio, que é afeto a assistência técnica de uma forma geral, além dos desafios da inspeção para se vender com os seres de inspeções sanitários, seja ele do Serviço de Inspeção Federal (SIF)''. 

''Tudo isso é desafio da assistência técnica que nesse sentido fala da possibilidade de melhorar a renda do agricultor, na medida que é agregado o valor e que coloca no mercado o produto de acordo com a necessidade do consumidor'', detalhou.