Em entrevista exclusiva ao Jornal de Alagoas nesta terça-feira (5), durante abertura do 38º Simpósio da Cana no estado, o meteorologista alagoano e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Carlos Molion, revelou que as previsões climáticas no país até junho de 2024 ano serão favoráveis às produções agrícolas e que as chuvas serão regulares, o que beneficia o setor.

“Eu trabalho com a previsão de que não vamos ter El Ñino no país”, disse, categórico, o professor que é um dos principais intelectuais sobre fenômenos climáticos de Alagoas. O El Ñino, citado por Molion, provoca alterações nos padrões climáticos de temperatura na faixa tropical da terra. No Brasil, quando o fenômeno acontece, além das chuvas na região Sul, o norte e nordeste sofrem com seca severas. 

A condição climática pode prejudicar ou beneficiar consideravelmente o produtor rural no plantio da cana de açúcar ou de grãos, por exemplo, caso ele não tenha se preparado com antecedência.

“As maiores temperaturas no país, geralmente, ocorrem em janeiro, fevereiro e março, quando há muita incidência de calor e pouca chuva. Esse cenário prejudica os cultivos, mas, em particular, o da cana de açúcar, não é o que está acontecendo. A atmosfera não está respondendo à mudança da temperatura da água do oceano. Nós vamos ter, sim, águas ligeiramente mais aquecidas”, explicou.

No Simpósio da Cana, o professor Molion apresentou a palestra "Perspectivas do clima para a safra e sua tendência para 15 anos". 

*Estagiário sob supervisão