Agro

Colheita mecanizada da cana avança em AL

Alagoas ocupa a terceira posição no ranking da mecanização no Nordeste

Por BCCOM Comunicação 14/08/2023 14h02
Colheita mecanizada da cana avança em AL
Imagem ilustrativa - Foto: Arquivo

Diante de uma redução crescente na oferta de mão de obra no campo, as usinas alagoanas vêm investindo no processo de mecanização de colheita da cana. Neste cenário, a safra 22/23 foi caracterizada como a mais mecanizada desde o início da série histórica, iniciada no ciclo 07/08.

Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que, em Alagoas, para a próxima safra a proporção na colheita deve, no mínimo, repetir os números da safra anterior, sendo 62,8% manual e 37,2% mecanizada.

Segundo o levantamento, quando o levantamento foi iniciado, na safra 07/08, a colheita mecanizada respondia por apenas 2,5%, sendo ampliada a cada novo ciclo da cana.

No que diz respeito ao Nordeste, os números da colheita são de 73% manual e 27% mecanizado. Dos oito estados produtores da região, Alagoas ocupa a terceira posição no ranking da mecanização. O primeiro colocado é o Maranhão com 78,1% e, em seguida, o Rio Grande do Norte com 50,2%.

Em comparação com as demais regiões, o Nordeste é o que apresenta o menor percentual de mecanização do corte da cana. Neste sentido, a nível nacional, a mecanização responde por 92,4%, enquanto o corte manual da cana por apenas 7,6%.
No Nordeste, devido, principalmente, ao relevo mais acidentado, o percentual de operacionalização da colheita mecanizada ainda é baixo, mas vem aumentando safra após safra.

Máquinas

Para a próxima safra, a empresa estatal informou que o número de máquinas deve chegar a 75 unidades. No ciclo passado, o quantitativo era de 61 máquinas, enquanto na moagem 21/22 eram de 53 colheitadeira.
Para o Nordeste, o total de máquinas previstos para a 23/24 é de 199 unidades, enquanto no Brasil o quantitativo geral estimado é de 4.225.

A mecanização da colheita vem de uma visão em longo prazo, hoje é realidade em todos os estados produtores. Em menos de 20 anos, o número de colhedoras, no país, saltou de 1.221, na safra 07/08, para as atuais 4.225. Além da maior quantidade de máquinas, elas estão mais eficientes.

De acordo com o fornecedor de cana e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas (FAEAL), Edilson Maia, a inovação tecnológica está presente em vários segmentos do setor sucroenergético, a exemplo no ramo de máquinas e equipamentos, desde o plantio até a colheita.

“Todas as tecnologias existentes devem se converter em resultados e a mecanização é uma realidade no campo e nunca tivemos um momento tão oportuno de pensar nela. A imagem de que máquina vai tirar o trabalho do homem, não existe. Elas são indispensáveis no setor produtivo e para elas existirem, tem que ter pessoas capacitadas”, afirmou Maia, estimando que Alagoas deve contar com 350 mil hectares destinados ao plantio de cana, sendo 250 mil em áreas planas.

Para o empresário do setor de venda de máquinas, a exemplo de tratores e colheitadeiras, Ricardo Jorge, o setor sucroenergético passa por uma nova fase no que diz respeito a colheita mecanizada. “A mão-de-obra para o corte manual tem se tornado bastante escassa. Vale destacar que, agora, o custo da colheita mecanizada se tornou mais barato que o gasto no processo manual. Isso está impulsionando de forma positiva a venda de colheitadeiras no mercado”, destacou ele, lembrando que todas as usinas do estado vêm renovando suas frotas, além de também estarem ampliando o parque de colheitadeiras.