Agro
Cultura do arroz aposta em crescimento
Diante deste cenário de crescimento, a produção média na região começa a variar e alcançar a marca de oito até 12 mil quilos, por hectare
A produção de arroz na região do baixo São Francisco de Alagoas, com destaque nos municípios de Penedo, Porto Real do Colégio e Igreja Nova, passa por um processo de resgate da cultura. Com investimentos em assistência técnica, infraestrutura e tratos culturais, por meio de parcerias com o poder público e a iniciativa privada, a expectativa de uma safra com bons resultados se solidifica a cada dia. Diante deste cenário de crescimento, a produção média na região começa a variar e alcançar a marca de oito até 12 mil quilos, por hectare.
“Conseguimos ter alguns avanços na cadeia produtiva do arroz em Alagoas. Temos o município de Igreja Nova a maior produção do grão no Baixo São Francisco. Investimentos em sementes, além do próprio produtor se conscientizando de que tem que produzir sementes e não grãos, nos ajudou a ter um estoque maior de arroz aqui no estado. O mais importante é entender que temos arroz e não precisamos importar tanto o produto”, afirmou o presidente da Cooperativa dos Beneficiadores de Arroz do Povoado de Ipiranga - COOBAPI, Roberto Moura.
Segundo o dirigente, em Igreja Nova, por exemplo, nem toda a área é possível ter duas safras ano. “Mas é um projeto futuro. Contudo, conseguimos avançar com produtividade. Temos uma semente que pode chegar até 12 mil quilos por hectare. Em Porto Real do Colégio, com uma área de 600 hectares, consegue tiras as duas safras por ano. Alagoas tem uma cadeia produtiva do arroz que precisa ser ainda mais vista e incentivada pelo poder público”, ressaltou Moura.
De acordo com o rizicultor Bruno Vieira, do povoado Marizeiro, localizado no município de Penedo, que cultiva o arroz numa área de dois hectares planados há mais e dois meses, as esperanças estão depositadas em uma safra superior a colhida no ano passado. “Graças a Deus, a minha produção está muito boa. Ano passado, foram 36 alqueires e este ano estimo chegar aos 50 pelo menos“, afirmou.
No município de Igreja Nova, como forma de melhorar a produção local, canais de irrigação, que levam a água do rio São Francisco para os cultivos, passaram por um processo de limpeza, garantindo o abastecimento de toda a plantação local.
“Iniciamos no perímetro irrigado de Boacica a safra 23/24. Foram executadas ações, além da limpeza dos canais, a exemplo da recuperação de placas e de estradas. Tudo pensado para melhorar a produção dos rizicultores deste perímetro irrigado. As expectativas para a safra são boas. Temos empresas chegando na região e incentivando os rizicultores a produzirem”, destacou William Raposo, gerente executivo do Distrito Boacica.
“Hoje, a gente pode plantar com a segurança de que terá uma venda boa do produto. Isso para nós agricultores é muito importante. Estamos sendo valorizados”, declarou o agricultor Ione Feitosa que, na safra passada, chegou a colher 72 toneladas de arroz.
Apostando em novas possibilidades, o agricultor é um dos poucos do município de Igreja Nova que consegue plantar o arroz duas vezes ao ano. “Fiz uma estrutura de concreto e usei uma bomba, que acoplo no trator. Com isso, consigo tirar duas safras sossegado. Isso tem me dado um resultado brilhante”, afirmou Feitosa.
Assistência
Neste cenário de fomento a rizicultura em Alagoas, a Cooperativa Pindorama reuniu promoveu um dia campo no perímetro irrigado de Itiuba, localizado no município de Porto Real do Colégio, onde foi realizada a colheita da primeira safra da localidade, após o início da parceria firmada com os produtores locais com a prestação de assistência técnica e compra da produção.
“Pindorama entrou nessa área do arroz quando assumiu a unidade de beneficiamento que fica nesta região (Igreja Nova). Começamos a apoiar os pequenos produtores daqui e percebemos a felicidade deles de terem, agora, mais uma opção de poder contar com uma cooperativa que tem tradição, segurança e toda a expertise de trabalhar com o pequeno. Estamos em casa. A Pindorama trabalha com eles desde o primeiro momento com os tratos culturais, levando fomento e sementes de qualidade para uma produção e produtividade maior. Hoje, colhemos os frutos de todo esse trabalho que vem sendo executado há sete meses na região”, afirmou Klécio Santos, presidente da Cooperativa.
Santos lembra que, atualmente, a região está contando com produções bem maiores que a média que era em torno de quatro a cinco toneladas, por hectare. “Com esse projeto de parceria, eles estão conseguindo o dobro que se obtinha antes. Isso é reflexo de várias ações, a exemplo do trabalho de assistência técnica”, reforçou.
O presidente de Pindorama lembrou ainda que a anteriormente a região chegou a ser devastada pela praga, onde os prejuízos chegavam até 40% da área plantada. “E, como muito trabalho, a nossa equipe técnica conseguiu combater essa praga que apareceu na região há 20 anos”, frisou.