O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou que a cultura da cebola (Allium cepa L.) foi oficialmente incluída no Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), em uma portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (09).

O Zarc é uma ferramenta que delimita áreas e épocas de baixo risco climático para o cultivo, permitindo aos produtores planejarem suas atividades de forma mais segura e produtiva em todo o Brasil.

De acordo com Marcos Braga, pesquisador da Embrapa Hortaliças, o objetivo é fornecer aos produtores informações precisas sobre os riscos agroclimáticos, visando reduzir perdas e aumentar os rendimentos. Os estudos que subsidiaram essa iniciativa foram coordenados pela Embrapa Hortaliças, com apoio do Ministério da Agricultura.

Os resultados do Zarc para a cebola abrangem todas as regiões produtoras do país, contemplando tanto os plantios de verão quanto os de inverno, incluindo cultivos de sequeiro e irrigado. Levando em consideração a diversidade de cultivares e ciclos de plantio, o Zarc classificou as cultivares em sete grupos, considerando ciclos médios de produção para avaliação de risco.

Ao seguir as recomendações do Zarc, os agricultores podem reduzir os riscos climáticos e ainda serem elegíveis para benefícios como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR).

É importante ressaltar que muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas, destacando a relevância do Zarc para os produtores, inclusive para aqueles que acessam programas específicos de apoio.

A cebola é uma das hortaliças mais difundidas no mundo e desempenha um papel fundamental na culinária brasileira. A produção está concentrada principalmente na região Sul e nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Pernambuco.

O Brasil, atualmente, ocupa a 13ª posição mundial na produção de cebola, com uma produção anual em torno de 1,6 milhão de toneladas. Dada a diversidade climática do país, é possível realizar várias safras ao longo do ano, abastecendo principalmente o mercado interno.

Por ser uma cultura sensível às condições climáticas, é essencial que os produtores escolham cultivares adequadas para cada região e época do ano, seguindo orientações técnicas especializadas. Com o Zoneamento de Risco Climático, os produtores terão acesso a critérios precisos de avaliação de risco, levando em consideração fatores como disponibilidade hídrica, fotoperíodo e temperaturas extremas, garantindo uma produção mais estável e sustentável ao longo do tempo.