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Bagaço da cana: a segunda maior fonte de energia de Alagoas

Neste cenário, a energia hidrelétrica e da cana-de-açúcar (com destaque para o bagaço) são as principais responsáveis pela produção do estado

Por Bccom Comunicação 26/02/2024 17h05
Bagaço da cana: a segunda maior fonte de energia de Alagoas
Bagaço da cana: a segunda maior fonte de energia de Alagoas - Foto: Divulgação

Em meio ao debate sobre fontes limpas e renováveis de energia, o setor sucroenergético coloca Alagoas em uma posição de destaque no cenário nacional. De acordo com o Balanço Energético de Alagoas (BEAL), com dados compilados de 2022, enquanto o Brasil tem a maior parte da energia primária fornecida a partir dos combustíveis não renováveis, com um montante maior que 59%, Alagoas conta com 87% de sua matriz energética originada de fontes renováveis.

Neste cenário, a energia hidrelétrica e da cana-de-açúcar (com destaque para o bagaço) são as principais responsáveis pela produção do estado. O percentual apresentado é superior ao dobro do número no Brasil, que ficou próximo a 40% da utilização desse tipo de fonte de energia.

De acordo com o Beal, a produção em Alagoas é liderada pela energia hidrelétrica (39,77%), seguida da cana-de-açúcar - que soma bagaço (38,54%), melaço (5,16%) e caldo (3,53%) – e posteriormente pelo gás natural (8,72%).

Segundo o balanço técnico, o bagaço da cana, que em 2022 gerou mais de 5,6 milhões de toneladas e que ocupa a segunda posição no ranking de produção de energias primárias em Alagoas, aparece também como a principal fonte de consumo de energia no estado com 39,72% da fatia do bolo. Neste cenário, se somado o etanol anidro (2,41%) mais o hidratado (1,57%), o percentual aumenta para 43,70%.

Estudo

De acordo com Guilherme Dantas, consultor da Essenz Soluções, empresa contratada pelo Governo do Estado para uma consultoria sobre a implementação de iniciativas capazes de atrair investimentos em tecnologias renováveis, Alagoas já tem potencial para produção de energia renovável, a exemplo da biomassa e do etanol, graças à cultura da cana-de açúcar. No entanto, o estado pode ampliar a oferta, com a energia eólica, solar e do chamado hidrogênio verde.

Apesar de dizer que Alagoas não pode abrir mão de avaliar todas as fontes de energia renovável, Guilherme defende que a biomassa e o etanol oriundos da cana-de-açúcar podem ser a grande alternativa para produção de energia limpa no estado.

“Para começar, a gente não deve ver só o hidrogênio verde, que está tomando a pauta das energias verdes no mundo. Alagoas era vanguarda de energia renovável quando ninguém nem falava em etanol. Então, acho que a gente tem um potencial muito grande. Existe muito dinheiro no mundo para essa área; a questão é a gente conseguir identificar os nossos diferenciais competitivos para ir atrás desses investimentos privados”, afirmou.

O papel da Essenz é ouvir vários setores da economia alagoana e do meio acadêmico para produzir um relatório apontando os melhores caminhos para o estado. Entre as empresas e entidades que serão visitadas estão a Origem – que explora gás natural –, Equatorial, Algás, Sindicato da Indústria do Açúcar, Federação das Indústrias de Alagoas e Ufal.

Após a conclusão do relatório, previsto para a segunda quinzena de abril, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics), vai promover um “show room” com empresas nacionais e estrangeiras com potencial de investimento nas áreas definidas.