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Como é a terapia com cavalos que ajuda crianças e adultos com autismo e deficiência
A prática de Equoterapia tem benefícios físicos, psicológicos e sociais
A dificuldade na regulação emocional e nervosa é um dos sintomas de indivíduos que têm o transtorno do espetro autista ou deficiências mentais. Atualmente, os diagnósticos são acompanhados de uma diversidade de possibilidades terapêuticas e o contato com a natureza e os animais são, consagradamente, reguladores e restauradores da saúde dos seres humanos. É nesse sentido que atua a Associação Alagoana de Equoterapia, com equipe multidisciplinar, sendo considerada pioneira em disponibilizar o serviço no estado.
De acordo com a psicóloga e presidente da Associação, Clarice Macedo, a prática de Equoterapia tem benefícios físicos, psicológicos e sociais e promove, de fato, uma reabilitação dos pacientes: "O grande segredo da Equoterapia é o movimento tridimensional que o cavalo proporciona para quem está montado. Numa sessão de 30 minutos, que é o que nós fazemos, o praticante de equoterapia recebe cerca de 15 mil estímulos neurológicos", explicou a psicóloga. Esses estímulos são responsáveis por promover equilíbrio, condicionamento físico, atenção, concentração, tônus muscular e melhora no desempenho escolar.
Localizado no bairro de Antares, o espaço autoriza a prática apenas com pacientes que possuem encaminhamento médico, uma vez que é considerada uma prática com riscos. É por isso que a segurança dos praticantes é dos requisitos para os protocolos orientados por uma equipe formada por médico, psicólogo, fisioterapeuta, profissional da educação física, veterinário, pedagogo, psicopedagogo. A associação tem convênio com a Secretaria de Saúde do estado e parceria com a Universidade Federal de Alagoas e Instituto Federal de Alagoas.
Tipos de Equoterapia de acordo com a independência dos praticantes
Enquanto a equitação é considerada uma prática esportiva, a equoterapia pode ser compreendida como uma forma de equitação voltada para o atendimento e reabilitação, com quatro possibilidades de programas.
De acordo com Diego Almeida, instrutor de equitação da Associação Nacional de Equoterapia, que atua em Brasília, a principal preocupação do programa mais básico é garantir a segurança do praticante, voltado para é alguém que necessita, de fato, de muita ajuda, auxilio à cavalo. Segundo, terceiro e quarto, nem tanto: o praticante pode até conduzir o cavalo sozinho, é quase uma aula de equitação."
Durante o 8ª Congresso Nacional de Equoterapia e Simpósio sobre o Autismo, que aconteceram entre os dias 10 e 12 de abril, no Centro de Convenções Ruth Cardozo, diversos profissionais envolvidos com a pratica terapêutica estiveram presentes na capital alagoana, acendendo o debate sobre Autismo e conscientizando sobre a equoterapia. Lá, o instrutor Diego mobilizou a equipe do Alagoas Rural sobre o potencial de aproximar crianças e adultos de cavalos.
''É o único movimento na terra que se assemelha ao meu e ao seu quando a gente caminha. Então quando você pega um cadeirante, por exemplo, coloca à cavalo, todo o sistema nervoso dele é acionado como se ele estivesse caminhando. Aí existe uma explosão de neurônios, onde as coisas acontecem e com pouco tempo esse indivíduo começa a andar sozinho", enfatizou Diego.
Os quatro programas básicos da Equoterapia:
Hipoterapia: O praticante não tem condições de se manter sozinho sobre o cavalo e é acompanhado pelo terapeuta montado ou acompanhando-o a pé ao seu lado. O cavalo atua como agente cinesioterapêutico.
Educação e Reeducação: O praticante se mantém sozinho com menor ajuda dos auxiliares. Os exercícios são tanto de reabilitação motora, quanto pedagógicos.
Pré-esportivo: O praticante conduz o cavalo sozinho e realiza algumas atividades de hipismo. O cavalo é utilizado como instrumento de inserção social.
Prática Esportiva Paraequestre: O praticante tem total capacidade de participar de atividades paraequestres, como hipismo adaptado e paraolimpíadas.
*Estagiários sob supervisão