Os números ainda estão sendo apurados. Mas os números preliminares apontam que a safra de cana-de-açúcar 23/24 em Alagoas será superior a 19 milhões de toneladas de cana, podendo alcançar até 19,5 milhões de toneladas.

Neste ciclo, 15 unidades processaram cana em Alagoas. Na semana passada, o término da moagem nas usinas Sumaúma e Porto Rico, as únicas que ainda estavam em operação encerraram a moagem, marcando o final da safra 23/24 no Estado.

Segundo dados preliminares do departamento Técnico do Sindaçúcar-AL, a moagem totalizou mais de 19,1 milhões de toneladas de cana beneficiadas, sem incluir ainda os números finais das duas unidades industriais.

Embora ainda não haja números percentuais precisos, estima-se que a safra tenha processado aproximadamente 1,3 milhão de toneladas a menos de cana em comparação com a safra anterior.

A atual safra termina também confirmando o ciclo de recuperação do setor em Alagoas, iniciado na safra 2018/2019. Na moagem anterior (2017/2018) as usinas do Estado tiveram o pior desempenho da história recente da cadeia produtiva da cana, esmagando apenas 13,7 milhões de toneladas.

A partir da safra 2018/2019 foi iniciado um novo o ciclo de crescimento. Na safra 22/23, todas as estimativas foram superadas. Com o excesso de chuvas no verão de 2022, a produção chegou a 20, milhões de toneladas de cana, se consolidando como a maior em mais de 9 anos.

“A meta é continuar crescendo até atingir os patamares históricos de 25 milhões de toneladas”, aponta Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL, acrescentando que o processo de recuperação foi puxado por investimentos realizados no canavial e a política de equalização fiscal do Estado de Alagoas.

Na safra 23/24, apesar da redução na área agrícola, a produção industrial deve ser maior do que o ciclo anterior, em função de um maior rendimento da matéria-prima. O crescimento é esperado tanto na produção de etanol quanto de açúcar. Em média, foram registrados cerca de seis quilos a mais de açúcar por tonelada de cana em comparação com o ciclo anterior.

Cândido Carnaúba, coordenador Técnico do Sindaçúcar-AL, observou que na safra anterior houve uma colheita excessiva nos meses de abril e maio, resultando em perda de produtividade. No entanto, nesta safra, embora a colheita tenha sido sido finalizada na maioria das unidades industriais entre os meses de fevereiro e março de 2024, a qualidade da cana foi melhor, resultando em uma produção mais satisfatória de etanol e açúcar.

Em relação aos preços dos produtos, Carnaúba mencionou que houve uma queda durante a safra, mas houve indícios de recuperação no final do ciclo, apesar das quedas registradas no ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) durante os meses de safra.

Para o próximo ciclo, a expectativa é que a produção de cana em Alagoas seja semelhante à safra 23/24 ou até mesmo que repita os resultados da safra 22/23. Agora, o foco está em garantir os cuidados necessários com os canaviais e aguardar o próximo ciclo de safra. A safra 23/24, iniciada na segunda quinzena de agosto do ano anterior pela usina Santo Antônio, envolveu 15 unidades industriais em operação e se estendeu por mais de sete meses.