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Plantio direto contribui com menos emissões no Cerrado

As emissões acumuladas de N2O foram influenciadas pelo tipo de manejo

Por Agrolink 09/05/2024 09h09
Plantio direto contribui com menos emissões no Cerrado
Essas descobertas ressaltam a importância de considerar o manejo do solo - Foto: Dirceu Gassen

Pesquisadores da Embrapa Cerrados e da Universidade de Brasília investigaram os efeitos de diferentes práticas de manejo do solo, rotações e sequências de culturas no bioma Cerrado, especialmente em relação às emissões de óxido nitroso (N2O), um importante gás de efeito estufa. Descobriram que o Sistema Plantio Direto (SPD) resulta em menores emissões cumulativas de N2O em comparação com o plantio convencional. Além disso, identificaram que o manejo convencional com soja ou milho na safra principal, sem uma sucessão de culturas, e a aplicação intensiva de fertilizantes nitrogenados aumentam as emissões de N2O.

Essas descobertas ressaltam a importância de considerar o manejo do solo e as práticas agrícolas na mitigação das emissões de gases de efeito estufa no Cerrado. O estudo foi publicado no Journal of Environmental Management e destaca a necessidade de mais pesquisas de longo prazo sobre o tema.

Os autores notaram que as emissões acumuladas de N2O foram influenciadas pelo tipo de manejo do solo e da cultura. Durante o período de 2013 a 2015, as emissões acumuladas foram maiores no preparo convencional do solo, com 4,87 kg/ha para o plantio convencional soja/milho. No sistema de plantio direto (SPD), as emissões acumuladas foram de 3,47 kg/ha para soja-sorgo/milho-feijão-gundu e 2,29 kg/ha para milho-feijão-guandu/soja-sorgo. As áreas de vegetação natural do Cerrado apresentaram emissões de 0,26 kg/ha. Comparando anualmente, as emissões foram maiores no segundo ano para todas as áreas avaliadas, exceto no Cerrado.

Os pesquisadores sugerem que as variações nas emissões de N2O entre os anos podem estar relacionadas à sequência de culturas utilizada. O cultivo do sorgo, mesmo sob Sistema Plantio Direto (SPD) e com apenas uma aplicação de fertilizante nitrogenado, gerou emissões semelhantes às do sistema convencional. Além disso, no primeiro ano (2013-2014), as emissões das segundas culturas sob SPD foram mais baixas quando a cultura de cobertura não foi fertilizada (feijão-guandu), em comparação com aquela fertilizada (sorgo). Isso sugere que a escolha da segunda safra pode influenciar significativamente as emissões de N2O.