Agro
Biotecnologia pode elevar receita de usinas de cana no Brasil em U$$ 250 milhões
Leveduras geneticamente modificadas ou biotecnológicas podem aumentar o potencial dos biocombustíveis no país, projeta entidade do segmento
A utilização de leveduras para a produtividade do etanol pode aumentar as receitas das usinas de cana-de-açúcar no Brasil em até U$ 250 milhões. A projeção é feita pela Lallemand Biofuels & Distilled Spiritis (LBDS), maior empresa global de biotecnologia para o biocombustível.
O montante previsto leva em consideração o potencial do mercado brasileiro de utilização de fungos unicelulares, que são as leveduras. Ao serem processados, por exemplo através de fermanetação, esses sistemas vivos estimulam a produtividade.
Segundo a LBDS, considerando uma moagem de 2 mil toneladas de milho por dia, esse mercado possui um potencial de aumento de até R$ 39 milhões por ano na lucratividade das biorrefinarias de etanol que usam biotecnologia, em comparação àquelas que não utilizam os insumos.
Até o momento, a empresa aponta que 82% do etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil ainda é proveniente de leveduras convencionais, cerca de 10% é derivado de leveduras biotecnológicas e apenas 8% resultam de leveduras geneticamente modificadas de alta performance.
Com esse quadro, até o final de 2023, a indústria sucroalcooleira produziu cerca de 18 bilhões de litros de etanol. Dados da LBDS mostram que a biotecnologia de última geração no etanol pode resultar em aumento de até 6% na produtividade do combustível nas biorefinarias de etanol de milho e cana-de-açúcar.
“O uso de engenharia genética no setor reduz a quantidade de áreas para plantação, diminuindo a pegada de carbono do setor”, diz a nota da empresa.
A gerente de negócios da LBDS no Brasil, Fernanda Firmino, vê com otimismo o momento do mercado de biocombustíveis no país, seja pelo SAF (combustível sustentável de aviação), 2GE (etanol de segunda geração) e combustíveis sintéticos.
“Até 2030, há potencial de que 20 a 30% de toda a demanda de SAF do mundo virá do etanol. Serão de 9 a 12 bilhões de litros vindo do setor do etanol. Isso significa uma redução significativa nas emissões do setor de avião, reduzindo sua dependência de combustíveis fósseis”, lembra.