Agro
Palestra na Asplana reúne fornecedores de cana do Nordeste e esclarece procedimentos para habilitação no Renovabio
Através da PL 3179/2020 e após negociação com as unidades produtoras de biocombustíveis, fornecedores de cana serão beneficiados no Renovabio
Com a expectativa de impulsionar o setor sucroenergético, o repasse de parte da receita gerada com a venda dos CBios para fornecedores de cana-de-açúcar de todo previsto pelo projeto de lei 3179/2020 encaminhado para votação no Congresso Nacional, o assunto foi tema do encontro técnico promovido pela Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), em colaboração com a União dos Plantadores de Cana do Nordeste (Unida) e a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), nesta quarta-feira, 24, em Maceió. Fornecedores e representantes de entidades de classe do Nordeste estiveram presentes ao lado de dirigentes de usinas credenciadas pelo programa R enovaBio.
Através da palestra “Cálculos e habilitação dos fornecedores de cana no acesso a crédito de descarbonização” foi proferida pelo consultor e especialista no setor canavieiro,João Botão. Existe um conjunto de regras para conhecimento e comprovação de utilização de manejo e eficiência de descarbonização na cultura da biomassa.
“Esse produtor, primeiramente, deve estar habilitado no Cadastro Ambiental Rural, o CAR, e oferecer o maior número de detalhes sobre a sua produção, como programa aceitando os formatos primário e padrão. Nesse contexto, é necessário comprovar o controle de insumos, nota de eficiência, controle fiscal e a soma de emissões nos processo agrícolas, industriais, transporte e uso”, explicou João. “Vale ressaltar que uma tonelada de CO² é equivalente correspondente a 1 CBio”, disse.
A garantia da inclusão do fornecedor no processo de repasse da receita gerada com a venda dos CBios. Com impacto positivo para o setor no Brasil, em Alagoas o presidente da Asplana, Edgar Antunes, aponta impacto positivo e um incremento de dois a três reais por tonelada de cana. “Trata-se de uma soma positiva, uma verdadeira inovação discutida neste encontro, e um impacto significativo considerando que os fornecedores produzem entre 8 milhões e 9 milhões de toneladas de cana por ciclo. Esse foi um momento onde trouxemos usinas e produtores, em momento de trabalho por união, com ganhos em sustentabilidade e valorização do setor”, pontuou Edgar.
Segundo o presidente da Feplana, Pedro Leal, a entidade reconhece como positiva a iniciativa de orientar aos fornecedores. “São requisitos técnicos importantes e que precisam ser conhecidos para que o fornecedores se preparem melhor em suas lavouras. Sem sobra de dúvida, essa será a porta de entrada para uma nova era na atividade”, explica.
A Unida, que foi representada pelo seu presidente, Pedro Neto, reafirmou a importância de incluir os produtores no Renovabio e a importância de incentivar aos fornecedores a disponibilizar dados precisos sobre a matéria-prima. A expectativa é que o projeto de Lei entre em votação após o recesso parlamentar.
“Infelizmente a legislação atual restringe benefícios aos que transformam matéria-prima em biocombustível, excluindo fornecedores. Foi importante a compreensão e o trabalho unido com as unidade industriais para configurar esse marco em defesa dos interesses dos produtores de cana”,disse Pedro.