Agro

Solo arenoso é recuperado com vinhaça e produz mais de 100 toneladas de cana por hectare em AL

Subproduto da produção de etanol, vinhaça é aplicada para melhorar a fertilidade do solo

Por Ruan Teixeira 16/08/2024 15h03 - Atualizado em 16/08/2024 19h07
Solo arenoso é recuperado com vinhaça e produz mais de 100 toneladas de cana por hectare em AL
Plantação de cana em Penedo - Foto: Reprodução/Vídeo

Em Penedo, interior de Alagoas, a Cooperativa Pindorama tem alcançado bons resultados com a recuperação de solos arenosos por meio do uso de vinhaça. Graças a essa técnica, a produção de cana-de-açúcar atingiu mais de 100 toneladas por hectare em uma área antes considerada improdutiva. 

A vinhaça, um subproduto da produção de etanol, é aplicada para melhorar a fertilidade do solo. Danilo Wanderley, gerente agrícola da Cooperativa Pindorama, conversou com a reportagem do Alagoas Rural e destacou a importância da vinhaça na transformação do terreno.

“Na nossa região do Planalto, quando a Pindorama começou a estender essa vinhaça em canais para algumas aldeias, a Planalto foi pioneira. Aqui, um solo muito pobre, que não tinha desenvolvimento para qualquer cultura, tornou-se muito fértil com a implantação da vinhaça,” afirmou Wanderley. 

Danilo também explicou que o solo da área antes era arenoso e pouco fértil, mas agora suporta o cultivo de cana-de-açúcar de forma eficiente. “Esse solo aqui é muito arenoso e, digamos assim, pobre para o plantio da cana-de-açúcar. Com a vinhaça, a fertilidade e a produtividade da área foram transformadas''. 

A cooperativa também utilizou mudas pré-brotadas para lidar com falhas no plantio, uma estratégia que contribuiu para a longevidade do canavial. “Nessa área, a gente está colhendo a sétima folha, e vai para a oitava. Na sétima, colhemos 62 toneladas por hectare,” disse Danilo, mencionando a produtividade atual. “Onde identificamos falhas, colocamos mudas pré-brotadas. Fizemos um estudo com drone para calcular quantas mudas eram necessárias e onde elas deveriam ser colocadas,” acrescentou. 

Danilo ainda comentou sobre a abordagem econômica da cooperativa: “Para os nossos associados, nós subsidiamos o custo da muda. Não impomos nenhum valor adicional. Então, o custo de produção é o que estamos repassando para o cooperado, mantendo-o baixo.” Ele explicou que, em uma área de 37 hectares, estimou-se a necessidade de 12% de mudas para garantir uma plantação eficiente.

Veja a entrevista completa abaixo: