Agro

Usina Santa Clotilde promove evento sobre prevenção e combate a incêndios criminosos em canaviais

Entre 2020 e 2024, a cana incendiada representou, em média, 11,16% da safra. Em 2022, esse número chegou a 13,82%, o maior registrado no período

Por Vinícius Rocha 03/09/2024 17h05 - Atualizado em 03/09/2024 18h06
Usina Santa Clotilde promove evento sobre prevenção e combate a incêndios criminosos em canaviais
Incêndios prejudicam produção do setor sucroalcooleiro em Alagoas - Foto: Defesa Civil

A Usina Santa Clotilde S/A, uma das maiores do setor sucroalcooleiro do estado de Alagoas, realizará nesta quarta-feira, 4, um evento focado na prevenção e combate a incêndios criminosos nos canaviais, com a presença de especialistas e autoridades do setor. O ciclo de debates e palestras tem como objetivo discutir os impactos desse tipo de crime sobre a safra de cana-de-açúcar e a cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro.

Nos últimos anos, os incêndios criminosos têm provocado perdas significativas nos canaviais da Usina Santa Clotilde. Durante o evento, o engenheiro agrônomo Dr. Leonardo Pinto Costa, superintendente agrícola, apresentará dados sobre essas perdas. Entre 2020 e 2024, a cana incendiada representou, em média, 11,16% da safra. Em 2022, esse número chegou a 13,82%, o maior registrado no período. Tais incidentes comprometem a qualidade da cana-de-açúcar e afetam diretamente a produção de açúcar e etanol.

Segundo Pedro Sarmento, gerente agrícola da Santa Clotilde, há hoje recursos exclusivos para o combate à incêndios, além de seis caminhões bombeiros e vigilantes em motocicletas e carros percorrendo o canavial 24 horas. “A estatística do ano passado foi aproximadamente 100 mil toneladas colhidas através de incêndios dessa natureza. Quando isso acontece, o incêndio atinge cana nova, que não está com idade fisiológica e não acumulou a sacarose que deveria ter acumulado'', explicou. 

Além disso, os incêndios criminosos geram prejuízos logístico aos empreendimentos como em perdas de equipamentos e danos à lavroura. Outros riscos são à própria sociedade, como na possibilidade de danos às linhas de transmissão da rede elétrica nacional e também devido a fumaça que invade rodovias e provocam acidentes. 

Sobre a legislação vigente e as práticas de queima controlada serão temas abordados por Alder Flores, consultor na área ambiental. Ele destacará a importância de seguir protocolos específicos para minimizar o risco de incêndios não controlados, como a formação de aceiros e a escolha de horários adequados para a queima.

Narion Ranieri da Cunha Cardoso, representante da Eletrobras Chesf, abordará as medidas tomadas para combater as queimadas sob as linhas de transmissão de energia, um dos grandes riscos gerados pela prática criminosa. A programação inclui ainda um momento de discussão entre as autoridades do setor, onde serão exploradas estratégias para intensificar a vigilância e o combate aos incêndios criminosos, especialmente durante a entressafra.

O evento será encerrado com um pronunciamento dos diretores da Usina Santa Clotilde, Dr. Cristóvão e Dr. Daniel sobre o compromisso da empresa em continuar investindo na prevenção de incêndios e em medidas que protejam a produção e o meio ambiente.