Agro
Exportações de café batem novo recorde em agosto
Brasil embarcou 3,73 milhões de sacas de 60 quilos no mês passado
O Brasil exportou em agosto 3,73 milhões de sacas de 60 quilos de café, um aumento de 0,7% em volume em relação ao mesmo mês de 2023. Os dados são do relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), divulgados nesta terça-feira (10/9).
Em receita, os embarques representaram no mês passado um total de US$ 955,6 milhões ao país, crescimento de 31% na comparação anual. Para o mês de agosto, os números são recorde, segundo a entidade.
No acumulado de janeiro a agosto de 2024, as exportações de café alcançaram 31,9 milhões de sacas de 60 quilos. Houve um aumento de 39,2% em relação aos 22,915 milhões de sacas embarcados nos oito primeiros meses do ano passado.
Essas exportações renderam ao país uma receita cambial recorde de US$ 7,23 bilhões, ou 47,2% a mais do que os US$ 4,916 bilhões registrados na comparação anual.
Por variedade, o Brasil exportou a remessa de 23,15 milhões de sacas de café arábica ao exterior entre janeiro e agosto, tipo mais exportado pelo país. Esse volume representa 72,6% do total e implica alta de 25,7% na comparação com igual intervalo do ano passado.
Na sequência vem o canéfora, com 6,105 milhões de sacas e substancial crescimento de 212,2% em relação a 2023, “ampliando sua representatividade para 19,1% do geral”, destaca o Cecafé.
O segmento do café solúvel, com 2,6 milhões de sacas, teve alta de 4,3%.
Mais uma vez, o destaque das exportações continua com a variedade canéfora (conilon e robusta), segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
“Nossos cafés conilon e robusta seguem em ‘velocidade de cruzeiro’ e já somam mais de 6 milhões de sacas enviadas ao exterior entre janeiro e agosto, o que é o maior volume da história para esses oito primeiros meses e representa uma expressiva alta de mais de 200% versus 2023”, detalhou em nota.
Ferreira lembra que o Brasil ocupa lacunas deixadas pelo déficit de oferta de países produtores de conilon, como Vietnã e Indonésia, “que seguem, inclusive, importando cafés brasileiros”, salienta.
O presidente da entidade lembra que há um cenário crítico de infraestrutura e logística, principalmente nos portos brasileiros para o recebimento de cargas nos portos, com atrasos e alterações de escalas de navios para exportar café, o que ainda é “muito preocupante”.
Ainda conforme Ferreira, para manter o comprometimento com a balança comercial do país e com a entrega dos cafés dos produtores em todo o mundo, as empresas exportadoras vêm abrindo mão de suas margens e mantendo o market share do Brasil no mercado global ao pagarem esses custos extras. “A questão é saber até quando irão aguentar, uma vez que o cenário vem deteriorando mês a mês”, conclui.
Em agosto, de acordo com dados preliminares do Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX em parceria com o Cecafé, 69% dos navios, ou 197 de um total de 287 embarcações, tiveram alteração de escalas ou atraso para exportar café nos principais portos do Brasil.
Os Estados Unidos permanecem como o principal destino dos cafés do Brasil no acumulado de 2024, com 5,06 milhões de sacas importadas no intervalo, o equivalente a 15,9% de todas as exportações.
“Analisando as exportações feitas para outros países produtores de café, salta aos olhos os números relacionados ao México, que ampliou em 261,5% suas aquisições do produto brasileiro no acumulado de 2024 ao adquirir 758.277 sacas, sendo 646.060 delas referentes a cafés verdes (arábica e canéfora)”, ressaltou o boletim mensal da entidade.