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Soja sobe 5% com clima adverso no Brasil e incertezas globais

Temporada de furacões pode impactar o mercado da soja

Por AGROLINK 30/09/2024 13h01
Soja sobe 5% com clima adverso no Brasil e incertezas globais
Soja - Foto: United Soybean Board

As cotações da soja tiveram um desempenho positivo durante a última semana, com o clima desfavorável no Brasil atuando como um dos principais fatores de suporte. Segundo informações da análise de mercado da Grão Direto, as chuvas volumosas previstas para a segunda quinzena de outubro são aguardadas com expectativa pelos produtores, mas até lá, o cenário climático segue como uma preocupação constante para a safra brasileira.

Nos Estados Unidos, a possibilidade de uma greve dos trabalhadores portuários também trouxe tensão ao mercado. Se confirmada, a paralisação poderá impactar diretamente o transporte de mercadorias, adicionando mais incertezas ao mercado global de grãos. Além disso, as oscilações no preço do petróleo e o escoamento de farelo de soja marcaram a semana, afetando diretamente as cotações da commodity.

Em Chicago, o contrato de soja para novembro de 2024 encerrou a semana com alta de 5,23%, cotado a U$10,66 por bushel. No Brasil, o dólar exerceu pressão contrária, com uma desvalorização de 1,63%, fechando a R$5,43. Para os contratos de março de 2025, o preço da soja subiu 4,88%, atingindo U$10,96 por bushel.

Expectativas para o mercado de soja


De acordo com o Relatório de Vendas de Exportação dos EUA, as vendas de soja atingiram 1,60 milhão de toneladas na semana encerrada em 19 de setembro, um aumento de 6% em comparação com a semana anterior. A China se destacou como o principal destino, adquirindo 869.700 toneladas do total. A expectativa é que o mercado exportador dos EUA se aqueça nos próximos meses, com diversos países buscando suprir suas necessidades de importação até o final do ano.

Outro fator que pode impactar o mercado de soja nos EUA é a temporada de furacões, que segue ativa. O furacão Helene, que atingiu a Flórida recentemente, pode afetar o escoamento de commodities e petróleo, enquanto a questão da greve portuária nos EUA ainda não foi resolvida, o que também gera incertezas para o setor de exportações.

Já no Brasil, o país enfrenta um cenário de importação recorde de soja, com um volume de cerca de 800 mil toneladas importadas até o momento — um aumento de 700% em relação ao ano anterior. Esse fenômeno é impulsionado pela alta demanda de exportação, que se manteve forte mesmo com uma safra menor.

Análise técnica e perspectivas


Tecnicamente, o contrato de soja para novembro apresentou um fechamento positivo, superando a marca dos U$10,65 por bushel, com projeções de que o preço possa continuar em alta até alcançar os patamares de U$10,80 e U$11,30. Contudo, os níveis de suporte em U$10,30 e U$9,95 podem representar um piso, caso ocorra uma pressão vendedora mais significativa. A redução nas posições líquidas de venda, conforme reportado pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), aponta para uma possível realização de lucros e uma perspectiva de recuperação nos preços para os próximos dias.

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