Agro

Os desafios do agro na América Latina

Multinacionais registraram queda na receita

Por Agrolink 16/10/2024 11h11
Os desafios do agro na América Latina
Agronegócio - Foto: Ministério da Agricultura/Divulgação

O setor agrícola na América Latina, especialmente no Brasil, enfrentou desafios significativos em 2023, com impactos diretos nas principais empresas do agronegócio. A combinação de altos estoques de canais e a redução da demanda resultou em menores volumes de vendas. As condições climáticas adversas, como a seca no Brasil, prejudicaram ainda mais a produção agrícola. 

No contexto econômico, a Argentina continuou enfrentando problemas, como hiperinflação e restrições cambiais, o que limitou a disponibilidade de crédito em várias regiões. Apesar desses desafios, a América Latina continua a ser um mercado crucial para as empresas agroquímicas, oferecendo oportunidades de crescimento e inovação.

O mercado latino-americano de proteção de cultivos, que representa 29% do mercado global, experimentou um leve declínio. Embora os preços de agroquímicos como glifosato e glufosinato tenham caído, eles permaneceram robustos durante as janelas de compra. O crescimento do mercado foi impulsionado pela expansão das áreas plantadas e pela pressão de pragas nas regiões do norte. Enquanto países como Chile, Colômbia e Bolívia tiveram desempenhos positivos, o Paraguai e o México enfrentaram condições secas.

Analisando o desempenho das seis principais multinacionais do setor, observou-se que todas relataram queda na receita em 2023. Exceto a Bayer Crop Science, que teve uma redução de apenas 4,9%, as demais empresas apresentaram declínios de dois dígitos. A Syngenta viu uma queda de 14% nas vendas, impactada pela diminuição dos volumes de produtos herbicidas, enquanto a FMC sofreu uma queda de 35% devido à desestocagem e à seca. No entanto, a região ainda representa uma parte significativa das receitas globais dessas empresas.

Para enfrentar os desafios, as multinacionais estão se concentrando em inovações. A Syngenta e a UPL, por exemplo, lançaram novos produtos biológicos e tecnologias, apostando na demanda por soluções sustentáveis. A UPL, por sua vez, está investindo fortemente em bioinseticidas e bionematicidas, como o Nimaxxa, que promete revolucionar a proteção contra nematoides. A adoção de estratégias digitais, como as plataformas Climate FieldView da Bayer e xarvio FIELD MANAGER da BASF, está permitindo uma agricultura mais eficiente e informada, enquanto parcerias estratégicas estão fortalecendo a distribuição e a pesquisa no setor.