Maceió recebeu nesta quarta-feira (30) o 2º Encontro das Mulheres do Agro de Alagoas, que contou com a presença de mais de mil participantes inscritas. Realizado na Fábrica de Eventos, no bairro do Jaraguá, o encontro aconteceu durante todo o dia, com programação diversa das 9h as 17h.

O evento faz parte da programação da 74ª Expoagro-AL e é promovido pela Comissão Mulheres do Agro Alagoas da Faeal (Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Alagoas), contando com cases de sucesso, palestras e discussões sobre representatividade e liderança feminina e tendo como principal objetivo aproximar mulheres do setor agropecuário de todo o estado, permitindo a troca de experiências e conhecimentos sobre suas demandas, gargalos, desafios e potenciais a serem explorados. 

Ciclo de palestras

A palestra "Prestação de Contas da Comissão das Mulheres do Agro em Alagoas" trouxe uma recapitulação dos serviços realizados pela comissão em todo o estado no ano de 2024, explanando a importância e destinação de recursos públicos obtidos e utilizados pelo agro em Alagoas, como explica Pollyana Bellotti, do Sebrae Alagoas, uma das ministradoras. 

"A gente como instituição Sebrae tem que apresentar onde foi investido, como foi investido e qual foi o público que recebeu essas ações. Apresentar todos esses números e mostrar a importância e o impacto do desenvolvimento em cada território e cada mulher que recebeu essas capacitações, que hoje está gerando renda e desenvolvimento em todo o estado", explicou.

O encerramento trouxe consigo o caso de sucesso de Ida Beatriz Machado, diretora da Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), que integra a lista das “100 Mulheres Poderosas do Agro”, feita pela Forbes, e palestrou sobre "A Importância da Liderança Sindical", onde pôde expor as habilidades que as mulheres têm de liderar, comunicar, inovar e de trabalhar com equipes, não deixando de fora a parte técnica da atuação feminina.

"Nós precisamos deixar o ambiente mais apropriado para as garotas das engenharias agrárias, as nossas sucessoras, dando a possibilidade de que se elas querem trabalhar no agro, elas podem trabalhar no agro. E isso só se consegue se você realmente inserir a mulher nos movimentos de liderança, que são os movimentos de associação, as cooperativas e os sindicatos", disse, reforçando sua participação como presidente de um sindicato no interior do Mato Grosso no passado, onde foi a primeira mulher em 56 anos de atuação.

Se tratando do destaque que recebeu na lista da Forbes, Ida conta como, para ela, a parte mais importante desse reconhecimento foi poder expor o trabalho que vêm realizando em sua região.

"É muito importante o reconhecimento dessas revistas, desses locais de referência, porque é a possibilidade de nós mostrarmos onde nós estamos e o que nós estamos fazendo lá longe, no Mato Grosso, numa região do Pantanal, e eu tive a possibilidade de mostrar no cenário nacional e internacional o município de Cárceres, o que nós estamos fazendo de sustentabilidade, de incremento financeiro, comércio... para mim isso é o que mais vale", declarou, com orgulho.

Sucesso de público

Esta edição do 'Mulheres do Agro' contou com a inscrição de mais de mil mulheres, sendo uma das participantes a agricultora familiar Cícera Vieira, do município de Junqueiro. Produtora de côco verde, tomate cereja e pitaya, ela contou como esta é a primeira vez que participa do evento e e está ansiosa para prestigiar os próximos.

Para Cícera, a participação no evento, que trouxe uma vasta programação, foi de extrema importância para que ela pudesse conhecer alguns programas e benefícios que até então ela desconhecia.

"É a primeira vez que eu estou participando, alguns processos eu não sabia como funcionavam, mas através de alguns conhecimentos daqui e de pessoas que conheci eu pretendo me aprofundar e organizar a minha documentação", disse.

Já Maria Clara Sabino, estudante e estagiária em uma loja de produtos agrícolas, enxerga o evento como uma oportunidade de ouvir quem tem experiência e está na jornada como mulher no agro há mais tempo.

"É uma oportunidade para nós mulheres entrarmos cada vez mais nesse ramo, que é mais fechado. Vendo a experiência de outras pessoas você pode se guiar, sabendo como se moldar e chegar a esses espaços", disse a estudante.