Agro

Hotel do boi: o primeiro confinamento coletivo para bovinos em Alagoas

Cooperativa Pindorama é pioneira na implementação dessa tecnologia em Alagoas e no Nordeste

Por Vinícius Rocha com AL Rural 03/01/2025 15h03 - Atualizado em 03/01/2025 17h05
Hotel do boi: o primeiro confinamento coletivo para bovinos em Alagoas
A inovação já está em funcionamento desde o final de 2024, com a previsão de aumentar a lotação para até 2.000 animais nos próximos dias, após atingir a marca de 1.240 bovinos - Foto: Alagoas Rural

Alagoas experimenta uma novidade promissora no setor agropecuário: um sistema de confinamento coletivo para bovinos, que promete ser uma solução para o ganho de peso dos animais durante o calor do verão, uma época desafiadora para a pecuária de corte devido à escassez de alimentos. A Cooperativa Pindorama é pioneira na implementação dessa tecnologia em Alagoas e no Nordeste, oferecendo uma alternativa eficaz para os criadores de gado.

A inovação já está em funcionamento desde o final de 2024, com a previsão de aumentar a lotação para até 2.000 animais nos próximos dias, após atingir a marca de 1.240 bovinos. O conceito é simples: durante o período mais crítico do ano, entre setembro e março, os animais são confinados em um espaço específico onde têm comida à vontade, permitindo que engordem de uma a duas arrobas por mês. Esse processo pode gerar um aumento significativo de peso, com animais que chegam ao confinamento com cerca de 350 a 400 quilos e saem com 550 a 600 quilos após três meses.

O presidente da Cooperativa Pindorama, Clésio, destacou que além de otimizar o ganho de peso, o sistema traz benefícios econômicos e ambientais. A proximidade de fontes de água e alimentos reduz custos de transporte e evita o desperdício de recursos, como o óleo diesel, que seria necessário para o deslocamento de materiais a grandes distâncias. “Estamos contribuindo para a sustentabilidade, reduzindo o impacto ambiental, enquanto também cortamos custos com transporte e manutenção de frota”, afirmou.

O modelo de confinamento coletivo não só contribui para o aumento de produtividade, mas também oferece divisão de lucros entre os criadores. No final do período de confinamento, o criador fica com 35% do peso equivalente ganho pelos machos e 30% das fêmeas, representando uma renda extra considerável, especialmente em uma época em que a produção no campo é limitada.

Com essa iniciativa, a Cooperativa Pindorama se posiciona como referência na inovação para o setor da pecuária de corte, garantindo mais eficiência e sustentabilidade na produção de carne no estado e no Nordeste. O sucesso do projeto pode ser um modelo para outras regiões que enfrentam os mesmos desafios climáticos e alimentares.

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