Agro

Mercado aquecido estimula cultura do coco em AL

O estado conta com 22 mil hectares cultivados por mais de 2.300 produtores rurais

Por Bccom Comunicação 24/01/2025 15h03
Mercado aquecido estimula cultura do coco em AL
O estado conta com 22 mil hectares cultivados por mais de 2.300 produtores rurais - Foto: Divulgação

Após um período considerado ruim, com preço baixo e redução de área plantada, a cultura do coco em Alagoas começa a reagir e apresentar sinais positivos. O estado conta com 22 mil hectares cultivados por mais de 2.300 produtores rurais, sendo a maioria formada por pequenos plantadores, onde muitos ainda são extrativistas.

Contudo, com foco no aumento da produtividade para atender a demanda do mercado consumidor, alguns produtores apostam na tecnificação, promovendo investimentos que vão dos tratos culturais, a exemplo da adubação, até sistemas eficientes de irrigação, resultando em uma resposta positiva da planta.

“No geral, a situação tem melhorado. A gente observa que têm pessoas interessadas em investir em novas áreas e também na tecnificação. A tendência é que tudo o cenário melhore. Antes, a gente mandava muito coco para fora de Alagoas. Hoje, não mandamos mais. A nossa produção é absolvida dentro do estado. Isso é muito bom por fazer a economia circular, gerando emprego e renda, além de incentivar a ampliação das áreas de cultivo”, afirmou o produtor rural Alexandre Lira, afirmando que nas áreas litorâneas estão as culturas de coqueiro consideradas menos tecnificadas, sendo áreas mais antigas e tradic ionais. “A gente observa que o aumento de novas áreas ocorre mais no interior, onde também há uma maior tecnificação”, reforçou.

Segundo o produtor rural, para investir na ampliação da cultura, todo o manejo da fazenda teve que ser mudado. “Melhoramos a irrigação, os tratamentos fitossanitários e a adubação. Tratando do coqueiro, como ele dele ser cuidado, a planta responde muito bem. O trato cultural do coqueiro deve ser uma constante. Mesmo que ocorra momentos de baixa de preço no mercado, é necessário que o produtor mantenha os cuidados necessários com a planta. Afinal, uma hora a situação melhora e terá preço. E o produtor precisa estar preparado para ter a produção para atender a demanda”, reforçou Lira.

De acordo com ele, a plantação conta com uma média de 270 cocos por ano, por planta. “Mas a gente quer chegar a uma média de 300 frutos (cocos) por planta/ano. Estamos trabalhando para tirar um milhão de frutos. Vale lembrar que antes a gente chegou a produzir só 77 mil cocos por ano”, salientou o produtor, lembrando que as plantas vêm mantendo uma produção de cachos de coco mensal, os chamados cachos em sequência.

Para garantir a produção adequada, a irrigação da área plantada conta com um fornecimento permanente de água, sendo realizada em dois turnos - manhã e noite – com duração de uma 1h30 cada e com uma vazão de 35 mil litros/hora.

Anão


Na Fazenda Abrobeira, localizada na zona rural do município de Teotônio Vilela, o produtor Alexandre Lira optou por também investir no cultivo do coqueiro anão que começou a colheita a partir de três anos. “É muito precoce. Começou a produzir com os cachos no chão, tendo uma média de 18 frutos. Uma vez por mês, o coqueiro coloca um cacho. Com isso, a nossa expectativa para essa área de coqueiro anão é ter mais de 450 frutos, por pé, ano”, afirmou ele.

De acordo com Lira, o cultivo do coco anão é voltado para a produção da água. “Temos uma aceitação muito boa. A gente manda esse coco para a mesa, que é a Ceasa, o mercado de praia, além de abastecer a indústria. Não há distinção de frutos. Mantemos o mesmo padrão de qualidade em todos. A gente fez investimentos e passamos alguns anos para começar a produzir, lembrando que a mão de obra na cultura do coco é necessária de inverno a verão”, reforçou.

Híbrido


Na propriedade rural, outro investimento foi no cultivo de coqueiro híbrido que, apesar de um pouco mais tardio na produção, apresenta resultados positivos. “Como está em uma área considerada nova, com menos de quatro anos, a planta tem pouca palha e pouca sustentação de cacho. Com isso, a gente colhe ele verde e manda para a indústria para a extração da água. Contudo, com mais um ano, a gente já pode deixar o fruto secar no pé. Afinal, o coco seco tem uma flexibilidade maior. A gente vai ter um ponto de colheita que a gente poder escolher melhor e o manejo se torna mais fácil, além de ter uma maior durabilidade podendo ser comercializado para destinos ma is distantes também”, reforçou.

Segundo Lira, no caso do híbrido, são plantados 174 coqueiros por hectare. “Isso resulta em um espaçamento de 6,75 metros (m) entre plantas por 8,5 m entre ruas. No caso do anão é usada 6,5 m por 7,5 m com 220 unidades por hectare”, destacou o produtor, lembrando que a área usada para o cultivo de coco era destinada anteriormente ao plantio de cana.

“A cultura do coco é e sempre foi um bom negócio. A tendência é de melhorar ainda mais. Tem mercado para o coco verde e para o seco. Somos muito competitivos em termos de produtividade. Acreditamos na aprovação da Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) do Coco Seco, que fará com esse produto o mesmo que ocorreu com a água de coco, detalhando todo os ingredientes existentes no produto. É muito importante que o consumidor saiba o que ele está adquirindo”, finalizou Lira.