Agro
Startup brasileira do maior drone do mundo lança 'ChatGPT do agro'
Empresa lançou rodada de investimentos para captar mais de R$ 100 milhões e investir em fábrica
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A startup Psyche Aerospace, de São José dos Campos (SP), anunciou nesta terça-feira (28/1) a abertura de uma nova rodada de investimento, durante o lançamento da sua inteligência artificial “Turing”, chamada pelos desenvolvedores como “Chat GPT do agro”. A companhia tem a meta de captar mais de R$ 100 milhões e construir uma fábrica de 100 mil metros quadrados para produzir em escala seis robôs que monitoram e analisam lavouras.
A nova fábrica deve custar entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões, estimam os fundadores da Psyche. Deve ficar no interior de São Paulo, em local ainda a definir: Campinas, Itupeva ou Cajamar.
O primeiro modelo da startup foi o Harpia P-71, conhecido como o maior drone de pulverização agrícola do mundo. O equipamento foi desenvolvido a partir de uma primeira rodada de investimentos, que levantou R$ 17 milhões, em abril de 2024. Até então, a empresa contava apenas com seu aporte inicial, de R$ 4 milhões, feito em outubro de 2023.
Robôs da Psyche Aerospace
O Harpia P-71 é capaz de pulverizar 40 hectares por hora e com autonomia de uma hora de voo. Além dele, o portfólio da empresa tem mais cinco drones e robôs: Harpia Hexa, outro pulverizador; o Sabiá, de monitoramento aéreo; o Carcará, que monitora possíveis incêndios ou ocorrências no campo; o Rover Tatu, que coleta amostras de solo; e o Rover Golias, que realiza análises de umidade e temperaturas.
O projeto da nova fábrica prevê produção em larga escala de todo esse portfólio. O plano é ter um parque capaz de fabricar três Harpias (P-71 ou Hexa), três Sabiás, um Carcará, cinco Rovers Tatu e três Rovers Golias por dia.
De acordo com o CEO da empresa, Gabriel Leal, de 24 anos, os drones seguem em testes finais em uma fazenda, em Mato Grosso. Em 29 de dezembro de 2024, foi feita a primeira trajetória 100% autônoma do Harpia P-71, o maior do mundo. “Ele decolou, fez a trajetória e pousou no mesmo lugar com apenas um botão”, conta. O Carcará e o Sabiá estão em testes em São José dos Campos, enquanto os “Rovers” serão testados nas próximas semanas.
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Integração de dados
Com a inteligência artificial Turing, a ideia da Psyche é integrar a coleta e análise de dados gerados em tempo real por todos os seus equipamentos de campo.
Para tirar a ferramenta do papel, Leal convidou Anderson Rocha, coordenador do laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Computação da Unicamp para trabalhar como consultor.
Segundo o professor, o “Turing” terá a função de manter uma interação direta com produtores. “Ele tem uma especialidade que é se adaptar a cada produtor e sua fazenda, e resolver seu problema”.
Ele explica que satélites comuns trabalham com pixels de 40x40 centímetros, enquanto os robôs que alimentam o Turing funcionam com pixels de 4x4 centímetros. Significa 200 vezes mais resolução para monitorar lavouras, acurácia em análise de dados.
Leal acredita que o Chat GPT original, da OpenAI, é revolucionário e inteligente, porém é alimentado com dados públicos. O “Turing” dá um passo além, pois associa os dados abertos com as informações coletadas em campo. A plataforma será gratuita para produtores rurais e deve ser lançada em seis meses.
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