Agro
Ministros da Agricultura e da Fazenda debatem sincronismo de medidas para setor agropecuário em 2025
Entre as medidas, o novo Plano Safra, a modernização do Seguro Rural e as ações do Governo Federal garantir estabilidade nos preços dos alimentos no Brasil
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se em Brasília na manhã desta quarta-feira (29) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir medidas de apoio ao setor agropecuário para o ano de 2025. Entre as iniciativas debatidas estão o novo Plano Safra, a modernização do Seguro Rural e ações do Governo Federal para garantir a estabilidade dos preços dos alimentos no Brasil.
“Nós tivemos uma reunião importante, muito técnica, mas que criou um sincronismo nas ações para 2025. Falamos sobre as medidas que precisamos tomar para que possamos, novamente, ter um Plano Safra robusto, que estimule a produção e gere excedentes, permitindo que o Brasil continue sendo um grande player na estabilidade do abastecimento de alimentos tanto no mercado interno quanto no externo, com recordes de exportação. Tudo isso precisa estar alicerçado em um Plano Safra eficaz”, destacou o ministro durante entrevista à imprensa após a reunião.
Outro tema abordado na reunião, segundo Fávaro, foi a modernização do Seguro Rural. Para o ministro, essa ferramenta precisa ser mais efetiva, garantindo segurança ao produtor em períodos de instabilidade climática e incertezas na produção de alimentos. “É fundamental pensarmos em mecanismos que possam ser implementados no novo Plano Safra”, afirmou.
Como parte das novas iniciativas do governo para estimular os produtores a plantarem cada vez mais, o ministro adiantou que há expectativa de ampliar o uso das LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) para financiar a agropecuária. Ele também explicou sobre a captação de recursos internacionais vinculados a boas práticas, como o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas, que utiliza o Programa Eco Invest Brasil - Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial. Essa iniciativa do Governo Brasileiro foi criada para facilitar a atração de investimentos privados estrangeiros, essenciais para a transformação ecológica do país.
Outro exemplo citado foi o RenovAgro, que, pelo segundo ano consecutivo, disponibilizou R$ 7 bilhões no Plano Safra — tanto no ciclo 2023/24 quanto no 2024/25 — com juros de 7% ao ano, promovendo uma agropecuária mais sustentável, com recuperação de pastagens degradadas e sua incorporação ao sistema produtivo.
“Todos esses investimentos apoiam produtores que são reconhecidos por suas boas práticas de sustentabilidade. Nenhum país do mundo tem um Código Florestal tão desenvolvido quanto o do Brasil, e os produtores brasileiros cumprem essas normas. Por isso, oferecer a eles melhores condições na captação de recursos internacionais é fundamental”, ressaltou o ministro.
ESTABILIDADE DE PREÇOS
Durante coletiva à imprensa, Fávaro destacou que o Governo Federal está empenhado em ações que tragam a estabilidade dos preços dos alimentos. “Com o preço do dólar caindo, isso já tira o calor sobre os preços dos alimentos, uma supersafra que se avizinha e com isso vai ter fartura no campo, os preços devem ceder mais um pouco”, evidenciou o ministro.
Ainda, apresentou que, para o Plano Safra 2025/26, o Governo está trabalhando para direcionar as taxas de juros para estimular a produção. “Estamos trabalhando para que o Brasil tenha estabilidade no preço dos alimentos, para que nós tenhamos excedentes para continuar exportando, bater recorde e quando a gente bate recorde de exportação, não está concorrendo com o mercado interno, ao contrário, nós estamos estimulando a economia, gerando emprego, gerando renda e aí a renda mais alta para o brasileiro, ele consegue comprar mais alimentos”, disse Fávaro.
Na ocasião, foi esclarecido sobre a medida de importação de alimento. O ministro da Agricultura ressaltou que isso será uma medida pontual, se necessário, sem prejudicar a produção interna, para garantir a estabilidade nos preços.
“Não vai ter pirotecnia. Há medidas, pontuais e complementares que vão melhorando o ambiente. Uma medida concreta é que nós vamos ter uma supersafra, porque fizemos um Plano Safra bastante generoso, que estimulou a produção e nós podemos fazer melhor, tem que fazer mais. Isso é medida concreta”, destacou o ministro Carlos Fávaro.
AGENDA ANTERIOR
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu-se na última terça-feira (28) com o representante sênior da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA) no Brasil, Issei Aoki, e com o coordenador de projetos, Nobuyuki Kimura. Na ocasião, foram debatidos os avanços do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD) e os perfis dos financiamentos.
O Japão, por meio da Jica, será o primeiro a contribuir com o programa, que pretende recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens nos próximos dez anos, dobrando a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento.
Em maio de 2024, foi assinado um ato bilateral durante a visita do primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, ao Brasil.
A cooperação com a JICA seguirá em duas linhas: Cooperação Financeira, que consistirá em um financiamento destinado a produtores agrícolas que realizarão a conversão de pastagens degradadas em sistemas de produção agropecuários e florestais sustentáveis; e Cooperação Técnica, que definirá as regiões e propriedades que serão alvo das ações para o desenvolvimento do programa, além de abranger pesquisa, desenvolvimento e inovação, análise das pastagens degradadas, fatores de risco para a degradação, e tecnologias que possam contribuir para o trabalho, entre outros.