Agro
Irrigação por gotejamento aumenta produtividade do canavial
Na Usina Santa Clotilde a produtividade média na área irrigada por gotejamento chega 140 toneladas por hectare
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Diante de um cenário de déficit de chuvas, a exemplo do ocorrido na safra atual com índices pluviométricos abaixo da média histórica, investimentos em projetos de irrigação vêm apresentando resultados positivos no canavial dobrando o aumento da produtividade.
Neste sentido, sistemas como o de gotejamento voltam a ser utilizados pelas usinas, a exemplo da Caeté e da Santa Clotilde, com os resultados sendo comemorados pelas unidades industriais.
O gotejamento, que é feito por tubos gotejadores que ficam 20 centímetros abaixo do solo em cada linha de cana, promove a distribuição uniforme da agua, resultando em um melhor resultado na produtividade do canavial.
Na Santa Clotilde, localizada no município de Rio Largo, a produtividade média na área irrigada por gotejamento chega 140 toneladas por hectare, enquanto nas áreas de sequeiro atinge 70 toneladas.
“Temos que crescer em produtividade. Não podemos expandir na horizontal pela proximidade com as periferias das cidades que fazem divisa com a usina. A produtividade passou de 70 toneladas por hectare para 140 toneladas na área irrigada. O sistema, que é todo automatizado, também é usado para adubação. A implantação do gotejo, por hectare, aproximadamente, é de R$ 20 mil”, afirmou Leonardo Costa, superintendente Agrícola da usina Santa Clotilde, afirmando que a longevidade de um canavial irrigado deve alcançar pelo menos dez anos, enquanto no sequeiro a renovação do canavial ocorre a cada seis anos.
Na safra 24/25, a usina implantou a irrigação por gotejamento em 217 hectares, cuja cana está sendo colhida pela primeira vez na área após a instalação do sistema, além de a implantação do gotejamento está sendo expandida para outras áreas que totalizarão mais 300 hectares.
“A ideia é chegar até 1.200 hectares nos próximos dois anos. Se a gente não tivesse utilizado o sistema de irrigação, a produtividade na mesma área seria a metade e em um ano como esse, que está muito seco, ela poderia ser ainda menor. Existem outros tipos de irrigação, como o de pivô, carrossel e aspersão que também são utilizados, mas que não têm o mesmo resultado do gotejamento”, afirmou Costa.
Segundo ele, desde agosto do ano passado, os índices pluviométricos ficaram abaixo da média histórica. “Mesmo em janeiro, que teve um pouco mais de chuva e cuja média na nossa região é de 86 milímetros (mm), foram registrados apenas 31 mm. Diante da falta de chuva, a redução média estimada na safra 24/25 no estado de Alagoas é de 10%”, afirmou.
De acordo com Daniel Berard, diretor da Santa Clotilde, nos últimos sete anos, a usina tem reforçado os investimentos na área agrícola com foco no aumento da produtividade.
“Ter dez toneladas de açúcar por hectare é um número que estamos buscando conquistar e, esse ano, devemos nos aproximar dele. Tudo isso graça a investimentos em novas tecnologias, irrigação, controle de pragas, manejo varietal, entre outras. Na área onde foi usado o gotejamento foi dada a cana toda a água que a planta precisou para se desenvolver”, ressaltou o industrial, reforçando que em uma área de gotejamento a produção de açúcar por hectare pode ser ainda maior.
Berard reforçou ainda que, apesar de a usina está localizada em uma região com índices pluviométricos considerados positivos, a produtividade média é de 70 toneladas por hectare, caindo para 55 toneladas em anos secos.
“Com isso, com uma produtividade média de 140 toneladas por hectare, na área irrigada, é como se tivéssemos mais que dobrado a área plantada. Em anos secos, é comprovado que os investimentos em irrigação são essenciais. Uma barragem com 22 milhões de metros cúbicos armazenados é usada para suprir a irrigação. Ela tem a capacidade de atender a demanda por água de uma área irrigada de 1.200 hectares”, destacou o diretor da usina, lembrando que é importante ter uma diversidade de modalidades de irrigação, além do gotejo, para diferentes épocas de colheita da cana, como o pivô e carrossel, entre outros que também são utilizados pela unidade industrial.
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