Agro
Produção de fungos e bactérias por biofábrica ajuda na produtividade do canavial
Intenção da usina Caeté é investir cada vez mais em inovação com novos microrganismos sendo produzidos

Investir em novas tecnologias para o aumento da produtividade é um dos principais pilares do agronegócio. Neste sentido, no setor sucroenergético, a usina Caeté apostou em uma biofábrica destinada a produção de bioinsumos para o cultivo da cana. No espaço, são multiplicados oito tipos de bactérias e cinco de fungos, utilizados no canavial pela unidade industrial.
“Hoje, nessa questão da cana regenerativa, sempre com foco na proteção da planta, a tecnologia tomou uma forma muito mais expressiva na agricultura. Com isso, houve também um aumento nos processos de pesquisas. Com isso, atualmente, se produz agentes que são destinados ao controle ou proteção de doenças na planta, outros com resistência a seca e alguns que sintetizam melhor nutrientes como o nitrogênio e fósforo, por exemplo. É um universo de oportunidades que estes agentes proporcionam. E para ter acesso a essas oportunidades, existem dois meios: adquirir o material no mercado já pronto ou partir para a produção própria que foi a nossa o pção”, destacou o superintendente Agroindustrial da Caeté, Mário Sérgio Matias.
De acordo com o gestor, para escolher a melhor tecnologia a ser adotada, a empresa circulou pelo mercado conhecendo vários conceitos de biofábricas. “A nossa unidade está no primeiro ano de funcionamento e já produz um número expressivo de agentes biológicos. A intenção é investir cada vez mais em inovação com novos microrganismos sendo produzidos”, reforçou ele.
Controle
Segundo Alan Soares, coordenador da biofábrica da usina Caeté, toda matéria-prima que chega a unidade passa por um processo rigoroso de controle com todo o material sendo submetido a esterilização em todas as demais fases do processo, evitando qualquer tipo de contaminação.
“Nos certificamos se todo o material está dentro dos parâmetros de armazenamentos, verificando todo o processo de qualidade e de controle. Após a entrada, temos ainda o nosso controle de qualidade nas produções e operações até chegar no campo. Temos um caminhão para essa operação. O produto não sai misturado, o que só ocorre no campo. Utilizamos equipamentos térmicos que oferecem a devida garantia de que o produto permaneça viável por alguns dias no campo, antes de ser aplicado. Mas o trabalho é feito para que ocorra a aplicação em até 24 horas”, afirmou ele, destacando que as bactérias são multiplicadas com foco nos nematoides e os fungos em pragas como a cigarrinha e a broca, além de também serem destinados ao combate de doenças fúngicas.
Os bioinsumos produzidos pela fábrica são aplicados em todas as fases da cultura da cana que vão desde o plantio até o processo de pré-colheita.
“Dentro do plano de manejo cercamos todas as atividades e fizemos um cronograma de produção que pudesse atender todas essas fases do cultivo da cana”, reforçou Mário Sérgio.
De acordo com ele, uma ampola da bactéria aryabhattai, que é recomendada para o período de estresse hídrico, provocando o estímulo da cana, por exemplo, pode atender a uma área de 500 hectares após passar pelo processo de multiplicação na biofábrica, chegando a mil litros com cada hectare recebendo dois litros.
