Basquete feminino por um fio
A seleção brasileira de basquete feminino entra em quadra, amanhã, dia 30 de setembro, às 8h (horário de Brasília), sob pressão total para vencer o Japão, pelo Campeonato Mundial, em Ancara, Turquia. Uma derrota significa a eliminação da competição e a pior campanha da história do basquete feminino brasileiro em mundiais.
Até o momento, o Brasil tem a terceira pior campanha do campeonato, a frente apenas das seleções africanas de Moçambique e Angola. Em dois jogos, válidos pela 1ª fase do Mundial, foram derrotas para República Tcheca (68 a 55) e Espanha (83 a 56).
As brasileiras estão no grupo A, com a campeã europeia, Espanha, a vice-campeã mundial, República Tcheca, e a campeão asiática, Japão.
Mas o que esperar de uma equipe, quando o próprio técnico, Luiz Augusto Zanon, declarou, antes do Mundial, que não seria surpresa uma eliminação do Brasil na 1ª fase?
Em 16 edições, as brasileiras ficaram, por duas vezes, na penúltima colocação do campeonato, mas no mínimo com uma vitória. Em 1975, foram sete jogos, duas vitórias e cinco derrotas. Terminando no 12° lugar entre 13 participantes.
No Mundial de 1986, o Brasil perdeu seis jogos seguidos e venceu apenas na decisão da 11ª colocação, contra Taiwan.
Campeão mundial em 1994, prata nas Olimpíadas de 1996 e bronze nos Jogos Olímpicos de 2000. Além do 4° lugar nos Mundiais de 1953, 1957, 1998 e 2006. E também 4° colocado nas Olimpíadas de 2004.
Toda essas conquistas do basquete feminino do Brasil estão no passado. Desde os Jogos Olímpicos de 2008, a seleção brasileira vem obtendo resultados inexpressivos e até vexatórios: 11º lugar em Pequim-2008 e 9º lugar em Londres-2012. No último Mundial, em 2010, ficou em 9º lugar.
Uma eliminação, nesta terça-feira, no Mundial da Turquia vai deixar o Brasil entre as colocações de 13º a 16º e com três derrotas em três jogos. Se isto ocorrer será um vexame
A equipe chegou à competição com um time em processo de renovação (nove das 12 atletas disputam seu primeiro mundial). Mas isto não é desculpa para a fraca campanha.
A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) ainda não olha com o devido valor para o basquete feminino. Os problemas são os mesmos de duas décadas atrás: estrutura precária; pouca valorização na base e na formação de atletas; um campeonato nacional ainda longe do ideal e preparações equivocadas da seleção brasileira.
Se a Olimpíada do Rio-2016 é a meta, o problema pode ser ainda maior, afinal o país-sede dos Jogos Olímpicos não tem vaga garantida e terá que disputar o Pré-Olímpico.
Nos 20 anos de comemoração do título mundial de 1994 (conquistado com Hortência e Paula em quadra), o basquete feminino brasileiro padece e vira mero figurante no campeonato da Turquia. Lamentável!