ABIDES OLIVEIRA

ESPORTE

Um basquete de “baixinhas”

16/10/2014 14h02

O basquete feminino está carente de jogadoras altas. A reclamação é de ex-atletas, como a campeã mundial Paula, e especialistas na modalidade. Um exemplo é a convocação da seleção brasileira sub-15, em lista divulgada, ontem, pela técnica Anna Sabatinni.
A média de altura é de 1,79m. Das 18 convocadas, metade passa de 1,80m de altura. As outras nove jogadoras têm estatura entre 1,68m e 1,78m.
Comparado com às seleções europeias, da Austrália, do Canadá e dos Estados Unidos, é uma média abaixo, pois essas equipes têm estatura superior.
O problema é preocupante, dizem os especialistas e ex-jogadoras da seleção brasileira de basquete.
Exemplos não faltam. As categorias de base brasileiras estão com estatura abaixo do desejado. Isto não é bom para o futuro do nosso basquete feminino.
No Mundial Sub-17 desde ano, na República Tcheca, o Brasil tinha a terceira menor média de altura da competição, com 1,78. Isto entre 16 países participantes.
Superava apenas as equipes da Coreia do Sul, com 1,75m, México, com 1,75m, e Mali, com 1,73.
Todas as seleções europeias tinham estatura acima da brasileira.
Os Estados Unidos, que dominam os campeonatos mundiais das categorias de base ao adulto, tinham média de 1,87m.
O Brasil terminou a competição em 10º lugar. Lógico que o resultado não é culpa da estatura, mas a altura de uma equipe também contribui para uma melhor performance.
Ano passado, no Mundial Sub-19, na Lituânia, a seleção brasileira tinha a quinta pior média de altura, entre 16 seleções participantes.
O Brasil tinha média de 1,80m. Só estava acima de Argentina, 1,78m, Japão, 1,74m, e Senegal e Mali, ambos com 1,73.
As brasileiras ficaram em 6º lugar.
Isto reflete na seleção brasileira adulta. No Mundial Adulto deste ano, o Brasil tinha a terceira pior média de altura do campeonato, com 1,80m. Só superava às seleções do Japão e Cuba, ambas com 1,79m, e Moçambique, com 1,78m.
Até a seleção de Angola tinha média maior que a brasileira, 1,81m.
O Brasil terminou a competição em 11º lugar, com uma campanha fraca (uma vitória em quatro jogos).
O basquete feminino perde muitas jogadoras para o vôlei.
Isto é fruto da organização e dos resultados obtidos pelo voleibol brasileiro, que desde 2000 se mantém no topo da modalidade, isto vai das categorias de base até adulta.
São títulos mundiais e olímpicos, pódios e conquistas em todas as competições oficiais da Federação Internacional de Voleibol.
O nosso basquete feminino anda carente de resultados. No adulto, o último pódio importante foi o bronze nos Jogos Olímpicos de 2000.
Já são 14 anos sem conquistas expressivas e só resultados inexpressivos. Assim fica difícil atrair às jovens jogadoras.
Mas a culpa é da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que não muda nada e vive de promessas.
Assim fica complicado e o que resta ao torcedor brasileiro é rezar por mudanças, mas elas estão difíceis de acontecer.

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