Na atual conjuntura brasileira, a meu ver, a reforma política é o tema mais importante do momento e a única com possibilidade de transformações concretas para o país, seja no âmbito econômico, social, na educação, saúde, segurança, cultura e em tudo mais relacionado à vida de cada um de nós cidadãos! Afinal, são vereadores, deputados, senadores, prefeito, governador e presidente os responsáveis pela elaboração, execução e aplicação de todas as ações do Estado em nosso dia a dia.

Ao debate, defendo um ponto: a aprovação de proposta que permita a qualquer representante da sociedade civil organizada, disputar cargos eletivos sem necessidade de partidos políticos. Ou se amplia a participação social nas eleições ou continuaremos reféns de partidos com donos, que decidem quem e quando alguém deve entrar na disputa. E, sabemos, a preferência sempre recai sobre aqueles que unicamente defendem, representam e servem apenas ao seu soberano “proprietário” partidário. Isso sem entrar em maiores discussões sobre as siglas usadas unicamente como moeda de troca a cada pleito. O que vale é quanto vem para o bolso do tal “poderoso” presidente da sigla e seus assessores.

A propósito, o ministro das Cidades deste segundo mandato da presidente Dilma Roussef (PT), Gilberto Kassab, há pouco pertencia aos quadros do antigo PFL, que depois se transformou no DEM (partido de extrema direita, diga-se de passagem para os que fazem questão de discussões ideológicas entre esquerda e direita), criou recentemente o PSD, partido do qual é presidente e entrou com força para apoiar o governo no Congresso. Consequentemente, conquistou espaços e cargos. Pois este mesmo representante público, ex-prefeito de São Paulo por dois mandatos, já trabalha para refundar o PL, criando um “novo” partido. Com isso, espera cooptar parlamentares com mandato, eleitos por outras legendas. Desta forma, busca fazer frente à bancada do PMDB, atualmente a maior na Câmara e no Senado e a mais forte junto a administração da presidente petista. Fica claro a disputa política unicamente pelo poder!

Mas, e o povo? Alguém considera que comportamentos como o de Kassab são pensados para a melhoria de vida da população? Por que tenho que me conformar e acreditar, por exemplo, que gestores que já passaram pelo poder, como o estimado Lula e tantos outros são insubstituíveis ou precisam permanecer para sempre? A resposta, para mim, é apenas o poder! Na sociedade existem e devem surgir novos nomes comprometidos e mais envolvidos com causas sociais, mais próximos de suas comunidades, esclarecidos.

E o caminho e exemplos para o fortalecimento e ampliação da democracia, temos vários espalhados pelo planeta. Inclusive, penso eu, que avançam sobre os conceitos liberais ou até mesmo conservadores, como queiram, lançados a todos aqueles identificados como de direita ou aos que ainda acreditam que apenas as doutrinas do comunismo é que irão libertar o proletariado da exploração capitalista. Particularmente, não acredito em nenhum sistema que se conduza numa ditadura, seja ela partidária ou mesmo comandada por um assassino de opositores. E não há, em nenhum país pelo mundo, um domínio vindo unicamente do trabalhador. Antes, tem sempre o partido político, os representantes eleitos democraticamente ou até mesmo o ditador a comandar as nações. De bom grado, embora reconheça as enormes diferenças em relação ao Brasil e sem querer me igualar com eles ou me diferenciar de nós, cito a Suécia como inspiração para uma nova realidade.

E a reforma política no Brasil? Sugiro que cada um de nós solicite, cobre dos representantes que elegemos, a aprovação de um projeto voltado ao avanço da sociedade com um todo! Se pensarmos na máxima “quem de nós quer perder conquistas”, certamente, a depender de parte dos atuais políticos, tudo vai continuar como sempre: corrupção, atraso, desigualdade. Este é o momento certo para que nossos deputados federais, senadores e a presidente Dilma mostrem que, de fato, querem contribuir e legislar para o povo, como representantes que são e como tanto asseguraram, quando buscaram o voto de cada um de nós! No mais, espero contar com novas possibilidades de disputa e escolha já nas próximas eleições!