Quando os gatos lunares encontraram Rodolfo Valentino na cidade dos bonecos solitários - Uma resenha por Vitor Leal
Hoje publico uma resenha feita pelo Vitor Leal do blog Próximo Parágrafo, sobre meu livro.
"Leia este livro, esta resenha e esta alma ao som de Beethoven, em especial, sinfonia de Nº05.
Já dizia Willian Shakespeare "Os homens de poucas palavras são os melhores". Adalberto Souza dotado de um dom irrevogável para com a escrita, nos apresenta uma sensibilidade sem precedentes quando narra acerca da vida, das dores, do inebriar causado pelas noites mau dormidas, dos sentimentos irrecíprocos, do efeito causado pela causa do abandono, do descaso, da casualidade que trás a tona o desejo de afogar-se em mágoa para sentir-se completo novamente por algo que um dia foi inteiro, na esperança deste âmago que rege a nossa vida trazer-nos uma revelação sobre quem éramos antes de nos tornamos o que somos agora por motivos explicitados na aparente razão existente dentro do abandono.
Sobre a casualidade do que torna-se a nossa vida quando não nos encontramos mais em nós mesmos, necessitando reviver e recordar lembranças de quem um dia esteve ao nosso lado nos apoiando nas decisões e nas vontades, alimentando o sonho de que talvez tudo possa tornar-se revogável, e finalmente, fluir com a intensidade que outrora fora. Inebriar-se em meio as noites caladas, de silêncio, das vontades mau ditas, mau elaboradas e mau descritas dentro de um círculo limitado de silêncio, onde a alma do abandono dá espaço ao encontro entre o hoje, o ontem e possivelmente o amanhã, claro, causado pelo efeito das lembranças almejadas por intermédio de um copo de uma bebida qualquer.
"Você não ficou ao meu lado naquele dia em que me perdi de mim mesmo, você aproveitou, e perdeu-se de mim também [...]"
Na dor da ausência que nos leva à reflexão acerca vida que um dia sonhamos para nós em um curto espaço de tempo, onde nossas vontades não prevalecem e nossos planos se tornam desejos, por que um, não ama por dois.
Quando os gatos lunares encontrarem Rodolfo Valentino, irão levar até ele o recado de que eu sofri com cada página, e estou impossibilitado de me resgatar, não mais. Pois meus desejos, vontades e anseios encontram-se nas limitações de uma outra pessoa onde eu acreditava que era capaz de fazer tudo, e nada, ao mesmo tempo.
Encontra-se para se encontrar em um outro alguém, sem projetar esperanças, sonhos e reviver várias vezes um único momento inesquecível antes de seguir um rumo, é uma tarefa complicada, e muita das vezes, fracassada.
Adalberto Souza mostra-nos um universo alternativo acerca das questões ligadas ao coração, desmistificando o mito de que tudo é pleno, cônscio, e perfeito no amor, e quando não há um retorno à altura, ficamos frustrados, desiludidos, alimentando sonhos, momentos e sentimentos infundados. Sensibilidade para com aqueles que precisam de compaixão, não é o foco desta narrativa. Tratar de momentos onde nos encontramos sem expectativa para seguir em frente? Também não é o foco desta narrativa. Rasgando-nos de dentro para fora sem a intenção de curar-nos, esta escrita possui diversas interpretações, vontades, sonhos, desejos e reflexos em um único volume, onde vontades se cruzam e desejos se tornam apenas parte daquilo o que possuímos um dia. Sua interpretação vai ser de acordo com o que o seu coração está sentindo neste momento.
Atreva-se a ser ousado e enfrente o que há dentro de você. Quando os gatos lunares encontrarem Rodolfo Valentino é um livro que vai te rasgar e te resgatar de um passado, ou talvez, seja o seu presente, a verdade é que ninguém nunca saberá além de você. Em poucas palavras, mas em muitas situações, Adalberto provoca o nosso íntimo e a nossa reflexão acerca dos tópicos ligados ao coração e ao inebriar das vontades que viajam e circulam entre o que eu quero, desejo e sinto, ou entre o que eu queria e o que você não conseguiu suprir. Mas também viaja entre a ausência e a essência do que queríamos que a vida fosse se nossos planos tivessem dado certo, este livro é a explanação do que eu e você sentimos quando planejamos toda a nossa vida e colocamos todas as expectativas em um alguém que não supre nem o nosso dia a dia.
O passado o agora e o talvez, ah, o TALVEZ é o que rasga. Por que dentro das incertezas mora o perigo, por que foi através da incerteza que nos encontramos no estado em que estamos agora: Desolados, desiludidos, parcos."
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