Prefeitura de Maceió condiciona cessão de terrenos para creches e população fica no prejuízo
Secretário Davi Davino justificou não doação dos terrenos ao Estado sob temor de que virem "elefantes brancos"
A prefeitura de Maceió é foi a única entre os 102 municípios alagoanos que não cedeu terrenos para que o Governo do Estado pudesse fazer a construção de creches.
O programa Cria, prevê a construção de unidades de creches pelo Estado, que entrega a obra já pronta e equipada, para o município.
Após provocação e crítica pública do deputado Sílvio Camelo (PV) sobre a não doação dos terrenos por parte da prefeitura de Maceió, o secretário de Relações Federativas do município, Davi Davino, veio a público se explicar.
"O município de Maceió já disponibilizou mais seis terrenos para construção, desde que (o Estado) entregue as obras que já começaram. Porque não é justo Maceió, é que a gente sabe que a demanda hoje por creche é muito grande, a gente tem uma manda reprimida crianças enorme, e a gente não pode tornar esses terrenos elefante branco", disse o secretário responsável por coordenar as interações entre estados, municípios e a União.
Em Maceió, a previsão é de que sejam 20 creches Crias. Uma já foi construída e outras duas estão com obras em andamento, em terrenos do próprio Estado. Não há, na construção do programa, a condição para que sejam doados os terrenos somente após entregas de outras obras.
O temor de Davi com relação a terrenos virarem elefantes brancos prejudica a população, principalmente a mais vulnerável, que necessita serviços prestados pelo programa Cria e suas creches.
Prefeitos de municípios de grupos políticos rivais do governo do estado já realizaram a doação dos terrenos e hoje tem creches em pleno funcionamento. "Tá aqui a prefeitura de Rio Largo. O prefeito de Rio Largo ele é de um campo político contrário ao governador, mas ele privilegiou a população
dele, entregou o terreno, governo do Estado construiu e entregou de volta. Tá lá sendo bem administrada. Posso falar de Ouro Branco. Uma prefeitura pequena também politicamente contrária ao governo do Estado", afirmou Sílvio Camelo, em sessão da ALE realizada na última quinta-feira (8)