A Delicada Balança Geopolítica na América do Sul: O Papel do Brasil na Disputa Venezuela-Guiana
O conflito entre Venezuela e Guiana pela região do Essequibo é algo antigo e que envolve questões de diversas natureza
Os últimos meses de 2023 estão sendo bastante conflituosos no campo geopolítico. Recentemente, um novo (e antigo) conflito envolvendo Venezuela e Guiana voltou à tona.
O conflito entre Venezuela e Guiana pela região do Essequibo é algo antigo e que envolve questões de diversas naturezas: políticas, sociais, econômicas e geográficas. A área do Essequibo é conhecida por ser rica em recursos naturais, com grande destaque ao petróleo.
No ano de 2015, a descoberta de novas (e grandes) reservas de petróleo na costa da Guiana fez com que esta disputa voltasse aos dias atuais. Desde então, toda aquela região sofre com instabilidade política e social, que acaba afetando os povos indígenas da região.
No dia 03 de dezembro de 2023, a Venezuela realizou um referendo para consultar a população sobre a reivindicação da Venezuela sobre a região do Essequibo. O resultado foi favorável ao governo e logo o presidente, Nicolás Maduro, apresentou o que seria o novo mapa da Venezuela.
Diante desse cenário, surge a questão: qual é a posição do Brasil nesta disputa?
Embora Venezuela e Guiana tenham se reunido para evitar uma maior escalada do conflito e não chegarem a utilizar meios militares, é importante ressaltar o papel do Brasil nesta disputa.
O Brasil sempre se posicionou pelo princípio do diálogo e da diplomacia para a resolução dos conflitos. Uma escalada em um conflito na América do Sul seria desastroso para todo o continente, não somente para os países envolvidos. No entanto, faltou ao Brasil mostrar aos países envolvidos que não tolera quaisquer violações dos direitos humanos e nem novos conflitos armados na região. Faltou ao Brasil (e não é de agora), mostrar à América do Sul, que é a maior potência da região e que não aceita políticas expansionistas.
Um novo conflito teria muitos impactos negativos. Em um cenário de conflito armado, poderia ser desencadeada uma grande e grave crise humanitária e migratória nas fronteiras brasileiras. Além disso, em um possível conflito, acordos econômicos seriam cancelados, prejudicando setores como o comércio entre o Brasil e os outros dois países.
Para evitar esses riscos, o Brasil se ofereceu como mediador do conflito, a fim de buscar uma solução pacífica baseada no respeito aos princípios da Carta das Nações Unidas. Ainda assim, faltou ao Brasil a influência para destruir, de forma imediata, os pensamentos expansionistas modernos por parte da Venezuela.
A soberania dos países deve ser respeitada, mas quando um país tenta oprimir outro, ele também abre espaço para suas ações serem suprimidas por outro Estado mais forte.
Portanto, é preciso que o Brasil continue atuando como mediador e defensor da paz na América do Sul, sem deixar de proteger os seus interesses e os dos seus vizinhos.
Futuro internacionalista com um forte compromisso com causas sociais e um foco em Diplomacia Subnacional, Direitos Humanos e Sustentabilidade. Atualmente, é graduando em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER. Possui extensão em Paradiplomacia e Direitos Humanos pela Escola Superior de Relações Internacionais - ESRI e em Macroeconomia e Governo Corporativo pela Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla - UPAEP/MX. Além disso, busca desenvolver a ideia de internacionalização do Nordeste, sobretudo, no estado de Alagoas.