MUNDO: Direitos humanos e direito internacional - as violações cometidas em Israel X Hamas
Diante de um cenário quase que apocalíptico de destruição e guerra, torna-se inevitável questionar: quem está certo nessa guerra?
O conflito entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que governa a área conhecida como Faixa de Gaza, remonta a décadas e é enraizado em uma complexa história de disputas territoriais e políticas. Desde a controversa criação do Estado de Israel pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947, a região tem sido palco de uma série interminável de conflitos e tensões.
Em outubro de 2023, o Hamas chocou o mundo ao lançar um ataque surpresa, disparando mais de 5 mil foguetes contra alvos civis em Israel, além de realizar uma incursão terrorista contra cidades e vilarejos próximos à Faixa de Gaza. Esse ataque terrorista resultou em mais de mil civis mortos em um único dia e centenas de outros tornados reféns ou desaparecidos. Esse episódio desencadeou uma sequência de tragédias e crimes humanitários. Em resposta, Israel lançou uma campanha militar contra alvos em Gaza, resultando em milhares de mortes e feridos, bem como no deslocamento forçado de civis da região.
Neste último domingo, 18 de fevereiro de 2024, o presidente Lula comparou as ações de Israel aos terríveis atos realizados pela Alemanha Nazista contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, deixando clara a visão do presidente de que os ataques realizados por Israel está sendo contra a comunidade civil e não mais aos grupos armados da região. “[...] Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, está matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse Lula.
Diante de um cenário quase que apocalíptico de destruição e guerra, torna-se inevitável questionar: quem está certo nessa guerra? Quem tem o direito de defesa e de reivindicação sobre aquele território? Quem respeita e quem viola os direitos humanos e o direito internacional? Para essas e outras perguntas, não há respostas simples e que possam agradar a todos, já que envolvem diversos aspectos. Entretanto, é possível sim, realizar uma análise sobre os acontecimentos e argumentos de ambos os lados.
Em primeiro lugar, é preciso tirar da cabeça a ideia de que existem dois lados: um bom e um mau. Todo conflito é movido por interesses, e, certamente, não é por um discurso frágil Israel e Palestina - em que ambos sejam economicamente viáveis e tenham o direito de se como a “paz”. É preciso reconhecer o direito da existência de dois estados soberanos - Israel e Palestina - em que ambos sejam economicamente viáveis e tenham o direito de se proteger frente à ameaças externas. Acontece que algo assim é extremamente difícil de acontecer: o Hamas, que é um movimento de resistẽncia, não luta somente pela autodeterminação dos palestinos, mas também, pela erradicação do povo judeu. Por outro lado, Israel mantém tropas em territórios ocupados e não reconhece o direito de um Estado independente e economicamente viável aos palestinos de Gaza.
Um fato é: tanto o Estado de Israel quanto o Hamas, ao lançar ataques indiscriminados, colocam em risco a vida de milhares de pessoas, que vivem em constante desespero. É importante ressaltar também, que o Hamas impõe um regime autoritário, que restringe as liberdades e viola os direitos humanos do próprio povo.
Devido à desproporcionalidade do poderio militar, é provável que este conflito termine com o fim do grupo Hamas, mas isso não é necessariamente algo bom, já que quanto mais desastres e mortes, mais sementes de “ódio e justiça” são plantadas em ambos os lados.
No entanto, é imprescindível que a comunidade internacional intensifique os esforços e busque promover o diálogo entre as partes, reconhecendo que, no fim das contas, os verdadeiros derrotados são as vítimas inocentes que irão sofrer as consequências devastadoras deste conflito pelo resto de suas vidas.
Para refletir: Ao considerarmos o sofrimento de uma mãe israelense por seus filhos, devemos igualmente reconhecer a dor de uma mãe palestina em uma situação semelhante.
Ou seria a dor de uma mãe israelense maior que a dor de uma mãe palestina?
Futuro internacionalista com um forte compromisso com causas sociais e um foco em Diplomacia Subnacional, Direitos Humanos e Sustentabilidade. Atualmente, é graduando em Relações Internacionais pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER. Possui extensão em Paradiplomacia e Direitos Humanos pela Escola Superior de Relações Internacionais - ESRI e em Macroeconomia e Governo Corporativo pela Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla - UPAEP/MX. Além disso, busca desenvolver a ideia de internacionalização do Nordeste, sobretudo, no estado de Alagoas.