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Câmara térmica gera mandioca mais produtiva e sadia

Além da qualidade sanitária, método aumenta a taxa de multiplicação da planta

Por Embrapa 04/03/2024 11h11 - Atualizado em 04/03/2024 12h12
Câmara térmica gera mandioca  mais produtiva e sadia
As câmaras proporcionam, por meio da termoterapia, plantas de mandioca com alta qualidade fitossanitária - Foto: Embrapa

A Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca (Reniva) acaba de incorporar uma tecnologia que utiliza a temperatura para gerar plantas mais sadias. Técnica inovadora desenvolvida pelo Centro Internacional para Agricultura Tropical (Ciat), na Colômbia, e aperfeiçoada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), é capaz de gerar, por meio da termoterapia, plantas de mandioca com alta qualidade fitossanitária, livres de patógenos sistêmicos, como vírus, bactérias e agentes que causam a podridão radicular.

Recentemente, a Embrapa foi contemplada com cerca de 1,6 milhão de reais liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) para a ampliação do Reniva para nove estados das regiões Norte e Nordeste, sendo eles: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Paraíba, Rondônia, Roraima e Tocantins. A principal novidade do projeto, com duração de 24 meses, é a construção de câmaras térmicas automatizadas em cada um desses estados, incluindo o Amapá, cujos plantios de mandioca nas áreas indígenas do Oiapoque vêm sendo dizimados por uma nova doença.

“Os estados que serão contemplados com a proposta desse TED [Termo de Execução Descentralizada] terão acesso às plantas, denominadas ‘matrizes-elite’ de mandioca, que serão submetidas ao trabalho de termoterapia e estarão livres de viroses, bacteriose, podridão radicular e superalongamento. Também podemos atestar 70% de limpeza para a doença courode-sapo e fitoplasmas”, informa o engenheiro-agrônomo da Embrapa Hermínio Rocha, um dos coordenadores da Rede Reniva.

A termoterapia é uma tecnologia já utilizada há muito tempo para limpeza de materiais vegetais. Além de obter materiais mais sadios, método também é uma técnica de multiplicação de manivas, uma vez que proporciona um grande número de miniestacas/mudas por planta, quando comparada ao método tradicional. Para exemplificar, no método convencional, com uma haste de 1 metro, o produtor conseguirá cinco manivas-sementes de 20 centímetros, ou seja, 25 plantas no período de um ano, enquanto que, na câmara térmica de crescimento, com 1 metro de haste o produtor terá 250 mudas, com qualidade fitossanitária superior às manivas obtidas em condições de campo, em um período de seis meses.

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