Protestos tomam conta de Maceió - uma cidade inconsequente
Moradores de bairros periféricos e que margeiam a Laguna Mundaú sofrem com descaso do poder público municipal e de empresas privadas que agem como donas da cidade
Maceió vive dias de caos com uma sucessão de protestos espalhados pela cidade. A situação piorou quando o antigo Hotel Atlântico, que fechou parte da Avenida da Paz, na região do Centro de Maceió por dois dias.
Moradores do Vergel do Lago cobram incessantemente a entrega das chaves dos apartamentos do residencial Parque da Lagoa, na Avenida Senador Rui Palmeira, prometida pela Prefeitura de Maceió. Nas últimas semanas, eles vem fechando ruas pela cidade e chegaram a protestar em frente à sede da gestão municipal, no Jaraguá.
Nesta quinta-feira (25), manifestantes fecharam a Avenida General Hermes, no Cambona, a partir das 8h da manhã, em protesto contra a falta de água que aflige a região do bairro do Bom Parto, comunidade que vive praticamente isolada desde o êxodo ambiental forçado causado pela mineração da Braskem que transformou em áreas fantasmas os bairros do Bebedouro e Pinheiro.
A via que foi parcialmente liberada pelo gerenciamento de crises da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), foi novamente fechada pelos manifestantes, por volta das 16h, devido a um não acordo com a BRK, empresa responsável pelo abastecimento de água em Maceió.
O Departamento de Trânsito organizou o fluxo na Avenida Leste Oeste, que dá acesso à General Hermes, para garantir a segurança viária.
Desta maneira, sofrem os moradores de Maceió, atingidos pelo racismo ambiental e suas consequências - como a falta d’água, com a anuência do poder público municipal e legitimado por empresas privadas que insistem em fazer o que querem, como querem, em uma das capitais mais bonitas e desiguais do Brasil. Pobre Maceió.