Em pleno inverno, o prefeito de Maceió, JHC (PL) realiza obras em horários de pico e a mobilidade urbana da população da capital alagoana é comprometida em meio ao trânsito caótico.

A prática é chamada de "marketing de obras" e consiste na realização de serviços durante o período diurno, à luz da população que pode vislumbrar o trabalho do executivo municipal. O problema desse tipo de ação é que ela compromete o trânsito da cidade, dificulta a mobilidade urbana e acaba por prejudicar todos os dias milhares de maceioenses que se deslocam pela cidade.

A autopromoção em ano eleitoral às custas da qualidade de vida do povo maceioense não pode deixar de ser noticiada. 

A pavimentação da Avenida da Paz e da Avenida João Davino - essa última criticada duramente pela sua urgência e necessidade, bem como pela qualidade do serviço, que culminou no alagamento de pontos que nunca haviam transbordado - Assim como o projeto Renasce Salgadinho, têm sido executados sem consideração pelo impacto no tráfego já caótico de Maceió. O resultado é um aumento significativo nos congestionamentos, prolongando o tempo de deslocamento dos maceioenses e afetando diretamente a dinâmica urbana da cidade.

Além do caos no trânsito, a transformação dos tapumes das obras em grandes peças de promoção da prefeitura e do próprio prefeito é uma afronta à seriedade que a gestão pública deve ter. Em vez de utilizar esses recursos para informar e educar a população sobre as melhorias em curso, o espaço é monopolizado pela divulgação do serviço em si, como se a cidade de Maceió devesse agradecer pessoalmente a JHC por cada serviço realizado.

Vale lembrar que o dever de um prefeito vai muito além da gestão de obras. É necessário priorizar o bem-estar dos cidadãos, garantir que serviços essenciais não sejam interrompidos durante os períodos mais críticos do dia e respeitar a inteligência coletiva dos maceioenses. A falta de sensibilidade demonstrada pelo prefeito JHC ao privilegiar a autopromoção em detrimento da funcionalidade urbana é um sintoma preocupante de uma política que parece mais interessada em ganhar votos do que em resolver problemas estruturais da cidade.

A cidade merece uma gestão que não apenas construa calçadas, mas que também caminhe ao lado dos cidadãos, ouvindo suas necessidades e respeitando seu cotidiano.