Coluna do João Costa

Informativo, opiniões, entrevistas. Política, mundo, Brasil, artes, variedades. 

O premiado jornalista João Costa escreve, em sua coluna no Jornal de Alagoas, sobre os mais diversos temas, com a habilidade e experiência adquiridos a longos de anos de profissão traz conteúdos de credibilidade e produzidos com criteriosa apuração. 

TUDO QUE TE APERTA NÃO É O SEU NÚMERO

Ensinar e transformar vidas são uma das positivas características do livro

Por Por João Costa 18/11/2024 08h08 - Atualizado em 18/11/2024 09h09
TUDO QUE TE APERTA NÃO É O SEU NÚMERO
Elaine Santos - Foto: Divulgação

O setor editorial brasileiro registrou recentemente uma média de faturamento de R$ 4 bilhões nas vendas ao mercado. Estimam-se 45 mil títulos produzidos, 320 milhões de exemplares impressos resultando num crescimento em torno de 7.9% atribuído ao mercado literário.

Os desafios de um autor ter seu livro entre estes números não é simples e requer dedicação e compromisso com a obra, transformando-a em um elemento que ensina e transforma vidas.

Ensinar e transformar vidas são uma das positivas características do livro: Tudo Que Te Aperta Não é o Seu Número, da psicóloga e palestrante Elaine Santos.

RSF
- Quando decidiu ser escritora e por quê?

ES - Eu acredito que conhecimento precisa ser compartilhado com o maior número de pessoas possível e um livro possibilita isso.

Após anos de atendimento em consultório, senti vontade de escrever este livro para auxiliar pais na árdua tarefa de educar seus filhos, principalmente nessa atual geração tão desafiadora. Os tempos mudaram, o núcleo familiar também mudou, até a linguagem entre pais e filhos está diferente agora. Encontrar o equilíbrio entre o modelo de educar do passado e o atual sem dúvida é o grande desafio dos pais da atualidade.

Crianças, adolescentes e jovens superprotegidos, sem tolerância a frustração, que não sabem lidar com o não, são frágeis, despreparados e ”quebram” com muita facilidade.

Os pais por sua vez sentem dificuldade em encontrar o equilíbrio entre esses dois modelos educacionais, o que receberam de seus pais e o que construíram a partir de sua própria experiência.

"Tudo que te aperta não é o seu número" não é apenas um livro, mas um convite para uma jornada transformadora na arte de educar. Ele oferece uma visão holística e equilibrada, mostrando que o amor, a disciplina e a confiança não são conceitos isolados, mas componentes interligados que, quando harmonizados, criam uma base sólida para o desenvolvimento saudável e feliz das crianças e certamente estarão preparadas para enfrentar os desafios da vida adulta.

É urgente prepará-los para que tenham uma estrutura sólida.

RSF -
Ser escritora personificou ainda mais seu trabalho?

ES
- Sim, sempre gostei de educar e tinha facilidade em me comunicar com as crianças e estabelecer regras que elas cumprissem. Era comum familiares e amigos me pedirem para auxiliá-los na educação de seus filhos bem antes de eu ser psicóloga.

Trabalho com base na linha cognitivo comportamental da psicologia, somos seres comportamentais, eu acredito que através da mudança de um comportamento é possível atingir os resultados desejados.

Sou mãe do Victor e André que me possibilitaram colocar em prática minha teoria sobre educar. Deu certo, hoje são adultos morando fora do Brasil e foram preparados para trilhar esse caminho.

Eduquei meus filhos através dos pilares de sustentação para uma educação eficaz que são: Amor, disciplina, confiança, respeito à hierarquia, valores morais, reponsabilidade, empatia e altruísmo.

Já formada orientei e ainda oriento pais, educadores, professores e cuidadores através dos temas compilados em meu livro.

Estes temas foram trazidos ao longo dos anos, principalmente pais relatando suas dificuldades com a educação dos pequenos, adolescentes e jovens.

Como escritora percebo que através da minha experiência pessoal e profissional auxilio os pais nessa jornada de educar e preparar seus filhos para que cheguem estruturados na vida adulta.


RSF
- Seu novo livro é destinado a um público específico?

ES
- Este livro é direcionado para mães, pais, familiares, cuidadores e educadores, ou seja, todos que estão envolvidos na criação e educação.

Educar essa nova geração está sendo um grande desafio para todos. No ambiente familiar não raro encontramos diferentes referências na educação, pais permissivos, mães rígidas e vice-versa. Importante ressaltar que estes pais da atualidade foram filhos e trouxeram em sua bagagem os ensinamentos transmitidos por seus pais que muitas vezes não se encaixam para essa nova geração.

É essencial que os pais tenham o mesmo direcionamento na educação, que “falem o mesmo idioma” na criação de seus filhos, transmitindo valores que os filhos vão replicar em todos os lugares que frequentarem.

Educação vem de berço, logo os pais são os responsáveis neste preparo para que cheguem, por exemplo, na escola educados e comportados adequadamente respeitando seus professores.

É fato que a criança, adolescente e jovem vão desafiar o modelo educacional, por isso é importante que a rede de apoio siga o padrão definido pelos pais, caso contrário a criança se perde.

Para os professores, este livro auxilia em diversos assuntos como por exemplo identificar quem sofre e quem pratica bullying na escola. Quanto mais cedo perceber melhor será para auxiliar esses alunos. Todos os envolvidos em uma situação de bullying precisam de ajuda.

RSF
- Entre diversos temas que aborda, houve algum mais difícil?

ES
- Todos são temas sensíveis e igualmente importantes que merecem atenção e dedicação.

Saber que pela primeira vez na história a ansiedade entre crianças superou a dos adultos é algo preocupante.

Crianças cada vez mais novas sendo medicadas causa preocupação. Não sou contra a medicação, sou contra a normalização da medicação.

Medicar contra a ansiedade, por exemplo, parece funcionar bem num primeiro momento, porém se não aprender a lidar com ela, as consequências futuras serão muito maiores.

Os inúmeros casos de bullying que as crianças estão vivenciando sem estrutura e experiência para combater, certamente vão gerar consequências desastrosas. Alarmante saber que crianças cada vez mais novas estão sofrendo e gera no mínimo indignação, principalmente por saber que é possível evitar essa dor, educando desde pequenos com valores morais, respeito à história do outro e empatia.

Outro ponto que merece atenção, é perceber o quanto essa nova geração está frágil, imediatista, sem limites e sem tolerância à frustração. Não conseguem ouvir um não sem reagir negativamente.

É urgente que pais preparem seus filhos para a realidade do mundo lá fora como expressamos.

É possível alcançar esse objetivo dedicando-se e participando da educação desde a primeira infância.

Nos capítulos do meu livro abordo esses temas e muitos outros para auxiliar na educação para cheguem preparados na vida adulta.

RSF
- Acredita que uma leitura detalhada de sua obra possa auxiliar os jovens do futuro e as crianças de hoje?

ES
- Sem dúvida, em um dos capítulos do livro falo sobre a dificuldade em dizer e manter o não. Na primeira infância as crianças ouvem muito mais o não do que o sim, por exemplo, não pode mexer porque machuca, não pode bater no amiguinho, não precisa gritar. Faz parte da educação nesta fase da vida porque estão descobrindo o mundo através de suas experiências e os pais precisam auxiliá-los nomeando o que é adequado fazer e o que não é.

Educar nem de longe é uma tarefa fácil, exige atenção, comprometimento, paciência, tolerância, dedicação, conhecimento e responsabilidade.

Alguns pais acreditam que a criança vai aprender, por exemplo, a comportar-se de maneira adequada quando for adulta. É possível que ela aprenda, mas será através da dor e de muita frustração. Ensinando desde pequenos é a melhor maneira de prepará-los.

Em outro capítulo abordo o tema não me poupe, me prepare. Superproteção não prepara, é importante que aprendam que cada escolha terá uma consequência, seja ela negativa ou positiva. Desenvolver senso de responsabilidade é um ponto muito importante na educação dos jovens.

Claro que vão fazer escolhas com consequências ruins e isso faz parte do aprendizado. Seja o porto seguro do seu filho para que ele tenha a liberdade e confiança em contar para você algo que não funcionou muito bem e juntos procurem a melhor solução, mas lembre-se faça com ele e não por ele.

RSF
- As mídias sociais possuem abordagens em quantidade sobre pais e filhos, será que ela pode mesmo educar e melhorar as relações entre eles?

ES
- Existem profissionais sérios nas mídias sociais compartilhando seu conhecimento e auxiliando na educação e relacionamento entre pais e filhos, bem como vemos em todas as áreas pessoas pouco comprometidas e até mesmo irresponsáveis divulgando uma fórmula mágica, imediatista e até mesmo irresponsável para alcançar o resultado desejado.

Educar não é como uma receita de bolo, cada criança é diferente da outra mesmo que sejam filhos dos mesmos pais. Tudo começa na gestação e a qualidade desta interfere nos resultados.

A educação é uma construção assim como o relacionamento familiar. Qualidade é melhor do que quantidade. Pais alinhados no modelo de educação que acreditam é o melhor caminho. Ajustes sempre serão necessários pela velocidade de mudança do mundo que estamos acompanhando.

Selecionar o profissional em quem confia e o conteúdo assistido é o primeiro passo. O segundo é refletir sobre o que ouviu e não apenas replicar o que aprendeu. Como mencionei cada criança é diferente da outra, umas são mais emotivas, outras mais racionais e a maneira de falar e educá-las precisa ser funcional.

As mídias sociais nos trazem informações valiosas, mas podem ser igualmente perigosas e danosas, por isso é fundamental acompanhar de perto a vida do filho até que ele seja adulto e esteja preparado para identificar e se proteger de fake News, por exemplo.

RSF
- Poderia citar alguns mitos da relação pais e filhos?

ES
- Se eu der bronca, disser não ou colocar limites meu filho não vai gostar de mim, são alguns. Pontuar um comportamento inadequado também pode ser chamado de bronca, mas é necessário. Importante que seja de maneira a educar e não amedrontar a criança. O não faz parte, tanto da vida adulta quanto da vida de uma criança, com isso aprende a lidar com a frustração e com a tristeza. Filhos podem até verbalizar que não gostam de seus pais, mas não é real, é apenas uma das maneiras que utilizam para conseguir o que querem sensibilizando-os.

Quero ser o melhor amigo do meu filho é outro mito. Todos nós temos vários papéis na vida, ser amigo é diferente de ser mãe e pai. Os pais podem e devem ser o porto seguro de seus filhos, companheiros, mas ser amigo é bem diferente. Até porque amigos encobrem comportamentos inadequados e isso os pais não devem permitir porque são eles os educadores.

Não vou deixar que meu filho passe pelo que passei. Esse é outro mito. Um filho não vai passar pelo que o pai passou simplesmente por erem épocas diferentes e pais diferentes também. Portanto, é fundamental que criem seus filhos através dos princípios e valores que acreditam.

Se eu for muito rígido com meu filho ele não terá personalidade. Ser rígido não quer dizer ser agressivo, ser tolerante não pode ser sinônimo de permissividade. O equilíbrio entre rigidez e tolerância me parece bem adequado.

Meu filho tem total liberdade de expressão. Desde que as opiniões sejam expressadas com educação e respeito é sim bem importante que tenham liberdade para se expressarem.

RSF
- Qual seria a verdade intrínseca desta nova geração de modelos educacionais?

ES -
É fato que a nova geração tem muito mais acesso a informação do que a geração passada, estão mais bem informadas, porém o que estão fazendo com essas informações e a qualidade destas preocupa.

É uma falsa liberdade, acreditam ser livres e preparados para os desafios da vida, mas na verdade ainda não têm estrutura e conhecimento necessários pela pouca idade.

Percebo uma inversão de valores e na hierarquia também. Na educação passada pais e professores eram as autoridades, hoje são os filhos que também são alunos.

Essa geração está muito frágil, quebra com muita facilidade. O que chamo de quebrar: ansiedade extrema, automutilação, intolerância à frustração, ao invés de respeitar. Enfrentam com desrespeito os adultos, entram em embates com adultos como se tivessem a mesma idade e autonomia. Parecem ser os únicos donos da razão.

Uma geração imediatista e materialista, querem tudo na hora sem fazer o menor esforço. Não entendem o que é meritocracia, muito provavelmente porque não aprenderam que precisam conquistar seus objetivos, seja qual for, através de seus próprios méritos.

Pais culpados por trabalharem fora ou mesmo por dizer um não, proporcionam essa mentalidade entre crianças, adolescentes e jovens.

Importante que pais estabeleçam regras claras e objetivas referente ao funcionamento e valores morais da família, tom de voz, limites e não menos importante o que pode e o que não pode ser feito.

Pode parecer rígido, mas enquanto os filhos forem menores de idade e morarem com seus pais, estes ditam as regras. Claro que os filhos não só podem como devem expor suas opiniões, desde que com educação e respeito.

Essa nova geração tem muito a contribuir, são inteligentes e perspicazes, só precisam fazê-lo junto com seus pais.

RSF
- O educar do passado criou pessoas mais consistentes e alguns destes modelos estão gerando pessoas menos consistentes no âmbito da educação?

ES
- Estamos vivendo uma dicotomia, o educar do passado era através do medo, castigo moral e físico, as crianças não tinham voz, não podiam expressar suas opiniões e vontades, apenas obedeciam ao que lhes era passado.

Ao mesmo tempo aprendiam como se defender, a ser resilientes, assim como recebiam apelidos, colocavam nos colegas também. O que acontecia na escola era resolvido na escola, não levavam para casa.

Era seguro brincar rua. As brincadeiras eram pega-pega, bater figurinha, bolinha de gude, taco, subir em árvores, lançar mamonas com estilingue e quando ralavam o cotovelo ou o joelho só iam para casa se o machucado fosse mais grave, caso contrário continuavam brincando até anoitecer.

Os adultos de hoje formados pela geração passada certamente são mais resistentes porque aprenderam a resolver os desafios encontrados pelo caminho. Os pais faziam com seus filhos e não por seus filhos. Não tinha mordomia.

Agora, existem também pessoas que foram educadas no modelo passado que sofreram agressividade física extrema, violência psicológica, paralisadas por medo excessivo até mesmo de falar, desenvolveram baixa autoestima e naturalmente trouxeram para a vida adulta essas cicatrizes físicas e emocionais. As emocionais precisam ser trabalhadas para não perpetuar de geração para geração.

É importante visitar o modelo passado e trazer para o presente apenas aquilo que acredita ser valioso e não simplesmente ignorar tudo que recebeu fazendo hoje exatamente o contrário.

Bater não educa assim como ser permissivo e liberal demais também não.

O equilíbrio entre o educar dessas duas gerações é o objetivo a ser alcançado.

RSF
- Quais os temas que as escolas mais requisitam em suas palestras para pais e mestres?

ES
- Os mais frequentes são referentes à idade e uso adequados para celular e redes sociais, assim como permitir ou não o uso do celular no ambiente escolar e como lidar com as crianças, que por opção de seus pais ainda não permitem que tenham acesso.

Como dizer e manter o não é outro tema bem frequente, visto à dificuldade que encontram para estabelecer limites adequados. Respeito à hierarquia tanto em casa quanto em sala de aula. Pais são autoridade em casa assim como os professores em sala de aula. Bullying é um assunto requisitado em todas as palestras trazendo a abordagem tanto para quem sofre como para quem pratica. Ansiedade infantil e a real necessidade de medicação. Qual o papel de pais e professores. Timidez excessiva que impacta na socialização e aprendizado. TDHA - déficit de atenção com ou sem hiperatividade como identificar. TEA – como lidar com o aluno com transtorno do espectro autista e como orientar os demais.

A importância de incluir as crianças em projetos sociais.

Outro tema bastante requisitado é criança no esporte, qual idade, qual modalidade, individual ou coletiva e a importância da iniciação esportiva.

Antes de realizar a palestra, eu converso com os responsáveis pela escola para entender quais são os maiores desafios enfrentados pelos pais e pela instituição para que eu possa levar as soluções adequadas.

RSF
- Seu livro é um sinônimo de sua palestra educacional?

ES
- Meu livro contempla 40 capítulos, acredito que seja a base, a referência para as palestras, visto que cada instituição tem seus próprios desafios.

Alguns capítulos são solicitados em todas as palestras como por exemplo, “A dificuldade em dizer e manter o não”, “Os filhos que você cria hoje cuidarão de você na velhice?”, “Respeito a hierarquia”, “Birra”, “Não me poupe, me prepare”, “Pais e professores: qual o papel de cada um”, são exemplos.

Em todas, percebo a dificuldade de pais e professores em estabelecer limites e regras que sejam cumpridas.

Infelizmente vejo com certa frequência pais terceirizando a educação, seja para os professores, para influenciadores em mídias sociais e até mesmo para os avós da criança.

O papel dos pais é fundamental para formarem indivíduos sociáveis, respeitosos, empáticos e educados.

A educação, preparo e formação dos filhos para a vida adulta é de responsabilidade dos pais que precisam educar para que os professores possam exercer seu papel ensinando a matéria curricular.

A expressão “Educação vem de berço” auxilia muito na reflexão, pois quem cuida da criança no berço são os pais, logo precisam educar, transmitir valores morais para que esta criança esteja apta a conviver em sociedade, respeitar seus professores, colegas de classe e todas as outras pessoas com quem forem conviver.

O alicerce da educação precisa ser construído desde a primeira infância para que quando chegarem a vida adulta estejam preparados para enfrentar com segurança e sabedoria todos os desafios que encontrarem.

RSF
- Quais as três perguntas que os pais mais lhe fazem em relação ao livro e suas palestras?
ES
- 1. Como estabelecer limites e fazer com que cumpram sem que haja uma guerra entre pais e filhos?

2. Qual idade ideal para usar celular e redes sociais?

3. Ser amigo do meu filho é a maneira ideal para educá-lo?

Percebo que os pais estão vivendo um conflito geracional, foram educados de maneira rígida, muitas vezes sem a oportunidade de se posicionar e até mesmo de opinar e por outro lado acreditam que o oposto é o ideal. Permitir que seus filhos tenham voz e opinem é importante, desde que seja feito com respeito e educação respeitando a hierarquia onde pais estão acima e filhos abaixo. O ideal é uma educação equilibrada, baseada na democracia, todos se posicionam e a palavra final é dos pais que certamente possuem mais experiência de vida.

Será inevitável que esta nova geração tenha celular e navegue em redes sociais. Como psicóloga acredito que a idade ideal para que a criança tenha celular sem redes sociais seja a partir dos 12 ou 13 anos de idade, redes sociais a partir dos 16 anos sempre com fiscalização dos pais. Pela pouca idade ainda são ingênuos, não conhecem todas as maldades do mundo digital, por isso é de fundamental importância que os pais sejam rigorosos nesse ponto. Melhor lidar com a frustração de um filho por não ter celular do que com prejuízos emocionais como vemos atualmente.

A maneira ideal é que pais sejam o porto seguro de seus filhos, que transmitam confiança e estejam sempre abertos para acolher e orientá-los, não amigos. Pais amigos não estabelecem limites, não ensinam sobre a hierarquia e por consequência não educam. Pais chatos e exigentes formam pessoas emocionalmente saudáveis e resilientes que certamente estarão muito bem-preparadas para a vida adulta.

RSF
- Quem precisa mais de seu livro, os filhos ou os pais?

ES
- Certamente ambos, os filhos educados adequadamente vão crescer de maneira saudável emocional e psicologicamente falando.

Para os pais este livro é um guia para os mais diversos assuntos que englobam a educação de seus filhos. Em cada capítulo desta obra levanto o desafio enfrentado pelos pais, trago a solução e uma reflexão através de uma linguagem acessível para que possam compreender facilmente e assim colocar em prática.

Os pais da atualidade receberam de seus genitores vários ensinamentos que prosperam na educação atual, muitos modelos já não servem mais, mas não devem excluir tudo que lhes foi ensinado.

É fato que o mundo mudou, as pessoas mudaram, as crianças têm muito mais acesso à informação do que num passado não tão distante.

A internet permite e proporciona conteúdos antes encontrados apenas em livros, mas é salutar lembrar que nem tudo que encontramos nas redes é confiável.

Lamentavelmente vemos nas redes, pessoas despreparadas e irresponsáveis “ensinando” através de soluções rápidas, traduzindo a educação como se fosse uma receita de bolo e pais que buscam desesperadamente por informações acreditam e aplicam estes ensinamentos.

Importante sempre investigar quem está falando, qual é a formação desta pessoa, qual a experiência que tem sobre o assunto.

Educar é uma tarefa árdua, exige comprometimento, atenção, paciência, amor, equilíbrio, responsabilidade entre muitos aspectos.

Crianças bem-preparadas serão adultos estruturados que não vão quebrar frente ás adversidades da vida adulta.

RSF
- O universo da educação teve como um de seus mais importantes educadores o Dr. Içami Tiba, que com muita coragem e conhecimento deixou um legado exemplar, qual legado você pretende deixar com seu novo livro e suas palestras?

ES
- Dr. Içami Tiba foi e sempre será um ícone importantíssimo sobre educação. Seus livros “Quem ama educa” e “Disciplina, limite na medida certa”, trazem não só ensinamentos, mas também reflexões fundamentais para os pais comprometidos com a educação de seus filhos.

Um profissional comprometido, inteligente, estudioso e corajoso para abordar assuntos delicados referente à educação sempre com linguagem acessível. Um ser humano a frente de seu tempo, seu legado permanece vivo até os dias de hoje e certamente irão perdurar por muito tempo.

No meu olhar conhecimento precisa ser transmitido para o maior número de pessoas possível, este é meu objetivo, transmitir tudo que estudei e aprendi até agora através deste livro e das palestras.

Fui mãe antes de ser psicóloga. Sempre gostei muito de educar. Apliquei minha teoria na educação e formação deles e deu muito certo. Hoje são homens formados, construindo suas vidas fora do Brasil com os ensinamentos que lhes foram transmitidos.

Os atendimentos em consultório ao longo dos anos me proporcionaram ainda mais conhecimento para que eu pudesse compartilhar.

Posso dizer que sigo os passos do mestre Dr. Içami Tiba por me identificar com sua missão e com o legado que nos deixou.

A boa educação é premissa básica para uma vida feliz e emocionalmente saudável.

RSF
- Seu consultório serviu como meio de pesquisa para escolha dos temas de seu livro e como os qualificou por prioridade?

ES
- Sem dúvida, através dos atendimentos pude perceber que muitas dúvidas eram comuns aos pais que me procuravam e ainda me procuram para orientação na educação de seus filhos.

O conhecimento é transmitido através das gerações, avós que ensinam pais, que por sua vez vão ensinar seus filhos, mas nem sempre é suficiente. Por incrível que possa parecer, alguns pais não sabem educar seus filhos simplesmente porque não foram ensinados.

A sabedoria popular coloca como verdade absoluta que pais sabem como educar, como se fosse um aprendizado inato e não é. Eu sempre tive muita facilidade para educar mesmo antes de ser psicóloga voltada para a educação tanto tradicional quanto emocional.

Meu pai compartilhou ensinamentos preciosos que carrego comigo e os transmito até hoje, como por exemplo respeito aos mais velhos, autonomia, praticar o bem, falar corretamente nossa língua pátria entre outros.

Acredito que a prioridade são os pilares fundamentais para uma educação eficaz: respeito, autoconfiança, valores morais, autorresponsabilidade, empatia, autovalorização, autoestima e educação emocional que nos dão segurança no caminhar da vida.

Com estes pilares bem estruturados desde a primeira infância, será possível proporcionar uma vida estável. Desafios sempre vão existir, importante que tanto crianças quanto adolescentes, jovens e adultos estejam preparados para enfrentá-los com a sabedoria que foram transmitidas.

RSF
- Existe algum projeto para um novo livro ou a continuação desta edição?

ES
- Sim, fiquei muito feliz e satisfeita com os comentários recebidos sobre a estrutura do livro e a leitura de fácil compreensão que já estou preparando a continuação desta edição com novos temas.

Educar é um constante e eterno ensinamento e aprendizado, o mundo moderno nos lança desafios diários. Estou muito animada para continuar esclarecendo e trazendo soluções para estes leitores comprometidos com a educação. Escrevi cada capítulo deste livro com muito carinho, dedicação, responsabilidade e comprometimento.

Estou escrevendo as próximas edições baseadas nestes princípios. A ideia é que tanto este como os próximos livros sejam transmitidos de gerações em gerações trazendo à tona soluções e respostas para todos os desafios que se apresentarem.

Neste mundo moderno estamos bombardeados por informações a cada segundo, já não temos tanto tempo disponível para ler muitos livros.

Com base nesse pensamento, escrevi cada capítulo onde a leitura leva em média três minutos. Abordo o tema, trago uma solução prática junto com uma reflexão para que os leitores possam apreender os ensinamentos e colocá-los em prática com facilidade.

Escolhi os quarenta temas mais procurados pelos pais e educadores para esta primeira edição. Este livro permite que meu leitor escolha quais capítulos quer ler primeiro, é um livro de consulta e aprendizado. Todos os capítulos fazem parte do processo de formação e educação.

News title
Pesquise no blog
Sobre o blog

João Costa é Jornalista, Assessor de Imprensa, é Membro da API (Associação Paulista de Imprensa), é "Prêmio Odarcio Ducci de Jornalismo, é "Prêmio de Comunicação pela ABIME – Associação Brasileira de Imprensa de Mídia Eletrônica, Digital e Influenciadores, é Prêmio Iberoamericano de Jornalismo, é Referência em Comunicação pela Agência Nacional de Cultura, Empreendedorismo e Comunicação – ANCEC, tem reconhecimento por Direitos Humanos pelo Instituto Dana Salomão e Menção honrosa do Lions Clube Internacional- Rio do janeiro. Teve participação ativa em eventos da Embaixada do Gabão no Brasil em Brasília, tendo inclusive, sido intérprete de discurso a convite do Embaixador do Gabão no Brasil, em jantar beneficente, com a presença do Vice-Presidente da República Federativa do Brasil. O mesmo possui participação em workshops, webinars, congressos e conferências.

Arquivo