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As impossibilidades que impedirão a candidatura de JHC ao governo ou Senado

Por Blog do Romero 31/01/2025 05h05
As impossibilidades que impedirão a candidatura de JHC ao governo ou Senado
. - Foto: Reprodução

Não é preciso ostentar diploma de ‘cientista político’ para perceber uma obviedade: João Henrique Caldas não disputará a eleição de governador, no ano que vem, salvo se o cenário atual mudar ‘invertendo posições’, o que não vai acontecer. Ele mesmo deixou isso evidente quando, após a eleição de outubro, andou se movimentando em Brasília e deixou no ar que pretendia conseguir um encontro com Lula para pedir apoio. Em verdade, pelo que deixou circular, seria um ‘entendimento’ com via de mão dupla: Lula agiria para sensibilizar o senador Renan Calheiros e o governador Paulo Dantas no sentido de apoiarem a candidatura de JHC ao governo de Alagoas. Em 2026, bem entendido. Em troca, o prefeito de Maceió transitaria do PL para um partido da base de sustentação do presidente e convenceria sua mãe, agora senadora Eudócia Caldas, a se mudar para o bloco de apoio a Lula no Senado. De quebra, Lula indicaria a tia de JHC para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça, uma instância judicial decisória, responsável, por exemplo, pelo julgamento de governadores. No final, ficaria assim: JHC para governador, Renan Calheiros e Artur Lira para as duas vagas no Senado, e Renan Filho como vice na chapa presidencial de Lula.

MDB ROBUSTO

Ora, como nada disso aconteceu nem vai acontecer (também por motivos óbvios), o prefeito de Maceió não ousará abrir mão de um mandato de quatro anos comandando a mais importante Prefeitura do Estado para entrar em um processo sucessório sem contar sequer com razoável estrutura partidária. Seu partido, o PL, só venceu a eleição em Maceió, enquanto o MDB – líder da frente partidária governista – conquistou 65 prefeituras, número que já subiu para 68, sem falar que, na eleição recente, o grupo emedebista também apoiou 16 prefeitos eleitos pelo PP de Artur Lira.

E O SENADO?

JHC também sabe que a disputa ao governo exige a presença de candidatos fortes ao Senado e seu grupo conta com Davi Davino Filho, hoje sem mandato, e sua mãe Eudócia Caldas, agora senadora graças a um acerto feito com Rodrigo Cunha, que abriu mão da cadeira senatorial para ser vice-prefeito da capital.

Evidente que não são páreos para uma majoritária estadual, muito menos encarando a liderança de Renan Calheiros e a influência conquistada por Artur Lira como presidente da Câmara dos Deputados. O bloco governista ainda conta com ampla maioria de vereadores (menos na capital) e pelo menos 23 dos 27 deputados estaduais. Por outro lado, como JHC disputaria o Senado sem um aliado forte e viável concorrendo ao governo?

Conclusão: no embate sucessório de 2026, JHC tem literalmente tudo a perder. Salvo (e aí surge uma hipótese absurda) se Paulo Dantas, Renan pai, Ronaldo Lessa, Renan Filho, Marcelo Victor – todos, reunidos com prefeitos e vereadores eleitos e reeleitos, migrarem rumo à oposição para apoiar o inimigo comum...

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Sobre o blog

Iniciou-se no Jornalismo como redator do Diário de Pernambuco. Foi editor do Diário da Borborema (PB) e do Jornal de Alagoas. Exerceu os cargos de secretário de Comunicação da Prefeitura de Maceió e do Estado de Alagoas.

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