IMA suspende licença da Geomineração, fornecedora de areia da Braskem
Essa é a segunda decisão contrária à mineração na área, sendo a primeira a suspensão determinada pelo município de Feliz Deserto
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A luta por justiça dos moradores de Feliz Deserto, liderada por Wanderson Lessa Almenara, alcançou mais uma importante vitória contra a mineração predatória em Alagoas. O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) publicou, no dia 19 de fevereiro de 2025, as Portarias IMA N° 35/2025 e 36/2025, suspendendo as
licenças de operação da empresa Geomineiração - Exploração Mineral Ltda, que previa atividades extrativistas na região de Feliz Deserto.
Essa é a segunda decisão contrária à mineração na área, sendo a primeira a suspensão determinada pelo município de Feliz Deserto, que já havia se posicionado contra os impactos ambientais e socioeconômicos causados pelo empreendimento. Agora, a decisão estadual reforça a necessidade de uma avaliação rigorosa dos riscos ambientais que a atividade poderia gerar.
O IMA/AL justificou a suspensão das licenças devido a diversas irregularidades identificadas nos processos de concessão. Dentre os principais problemas apontados estão a violação ou inadequada aplicação de condicionantes ambientais, omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a concessão da licença e a superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
A decisão é fruto da luta dos moradores vítimas da Geomineração liderados por Wanderson Lessa Almenara, que foi marginalizado pela empresa, recebendo processos na vara civil e criminal em uma tentativa clara de intimidação. A comunidade afetada recebeu apoio de movimentos em defesa do meio ambiente em Alagoas, além do apoio da imprensa, com repercussão estadual e nacional das denuncias sobre a extração predatória de areia em Feliz Deserto.
A decisão do IMA/AL reforça a importância da participação ativa da sociedade civil na defesa do meio ambiente. A mineração predatória segue como uma ameaça constante no litoral sul de Alagoas, mas a sociedade e os movimentos de resistência mostram que é possível barrar projetos que geram sérios danos socioambientais.
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*Neirevane Nunes Ferreira de Souza - Graduada em Ciências Biológicas, Especialista em Biodiversidade e Manejo de Unidades de Conservação pela, Mestra em Ensino de Ciências e Matemática pela UFAL e Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Sociedade, Tecnologias e Políticas Públicas da UNIMA. Professora da Rede Pública de Maceió e militante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).