Oposição pode criticar, mas não pode ‘esconder’ o que está feito

Concentrada em dois personagens – Artur Lira e João Henrique Caldas, o JHC – a oposição em Alagoas tem plena consciência de que a batalha sucessória de 2026 não será, simplesmente, um confronto de lideranças, nem de valores pessoais, muito embora os méritos de cada um pesem na balança das emulações.
Sim, os atributos são valores que somam e são deles que provêm o reconhecimento, a fama e a consagração dos políticos. Formam o perfil, traçam a imagem e descrevem a trajetória, o histórico individual que espelha ações, atitudes e conquistas.
No cenário atual, o prefeito JHC e o deputado Artur Lira estão diante de personagens que pontilham e enriquecem a galeria dos grandes nomes da política alagoana em plena atividade: Renan Calheiros, Paulo Dantas, Ronaldo Lessa, Renan Filho, o próprio Marcelo Victor, que conseguiu o que perecia impensável nos últimos 20 anos: organizar funcionalmente o Poder Legislativo estadual, resgatando-o das páginas policiais.
Muito mais do que o prefeito, ainda ‘iniciando’, e o deputado com suporte de ‘veterano incompleto’, as lideranças governistas prevalecem associadas à realidade de uma Alagoas que, nos últimos dez anos, experimentou profundas mudanças e, por força, justamente das transformações enormes e positivas, fez a oposição miniaturizar-se.
A consagração dos líderes não é causa, é consequência do trabalho de cada um e, nesse particular, avultam como ciclopes da gestão pública, pela ordem cronológica, Renan Filho e Paulo Dantas. O que ambos fizeram e construíram é, de fato, o que vai pesar no próximo processo eleitoral. Pois não é a força da liderança, e sim, o peso das obras executadas, que toca nos eleitores. Os projetos, as obras, as construções e também os programas assistenciais que socorrem as famílias carentes, resgatando milhares delas da faixa abaixo da pobreza.
Evidente que Paulo, Renan pai, Ronaldo, Renan filho, Marcelo exercem o poder da liderança e capitalizam ganhos pelo que são e pelo que fazem, mas – ante o olhar e o sentimento de cada alagoano - é o conjunto das obras materiais, transformando para melhorar a vida de cada um e de todos, que vai decidir o processo eleitoral. Até porque, sem ter o que apresentar, a oposição cadente poderá falar, criticar, mentir, inventar (faz parte do jogo?), mas não poderá nunca esconder o óbvio, isto é, o que está feito.
JHC BUSCA APOIOS
O que o prefeito JHC está fazendo é o ‘primário/previsível’: mobilizando aliados para somar apoios no interior. Depois, encomendará pesquisas de intenção de votos, na capital e nas regiões onde espera obter adesão de opositores das forças governistas para, com tudo em mãos, avaliar sua real capacidade de concorrer ao governo com alguma chance de vitória.
QUEDA APÓS REELEIÇÃO
Aliados de JHC – mormente ocupantes de cargos na administração municipal – se assustaram com recente pesquisa mostrando o prefeito reeleito com 70% das intenções de voto para governador. É muito, claro, mas revela um dado preocupante: ele foi reeleito com 83% dos votos válidos, em outubro último. Portanto, houve uma perda de 13 pontos percentuais entre o pleito e a sondagem realizada no começo de fevereiro.
RENAN EM MACEIÓ
Também preocupa seguidores de JHC o fato de que Renan Filho, possível candidato ao governo, tem em Maceió muito mais força e influência do que Rafael Beltrão, deputado federal derrotado pelo prefeito João Caldas filho no ano passado. Como governador, Renan Filho revitalizou mais de 50 grotas, construiu novas avenidas e implantou UPs na capital. Agora, como ministro dos Transportes, aprovou as obras do Arco Metropolitano.