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Rui-2022 não é exemplo a seguir, é alerta para JHC-2026

Se derrotado, prefeito repetirá Rui Palmeira, mas sem cargo e sem mandato eletivo.

22/03/2025 14h02
Rui-2022 não é exemplo a seguir, é alerta para JHC-2026
Prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC) - Foto: Reprodução

Assim como a maioria dos políticos com trajetória vitoriosa, o prefeito maceioense João Henrique Caldas, o JHC, planeja suas incursões políticas impulsionado pelo avanço do capital político próprio e, também, por emblemáticos exemplos que entram para a história de cada eleição.

Enquanto alguns observadores com ‘nada a perder’ tentam animar JHC a disputar a sucessão estadual do próximo ano, minimizando o fato de que o prefeito tem ‘tudo a perder’, não faltam aliados, inclusive ocupando cargo na administração municipal, para lembrar que, se concorrer e perder a eleição de governador em 2026, João Caldas filho ficará sem nada, zerado – sem mandato e sem cargo público – pelo menos até 2028 (salvo, claro, se topar virar assessor de seu sucessor Rodrigo Cunha).

Seria um paralelo com a situação vivida e protagonizada pelo ex-prefeito e atual vereador Rui Palmeira (PSD), que em 2022, ousou, saiu candidato a governador e perdeu a disputa no primeiro turno, junto com o ex-presidente Fernando Collor.
O revés não foi total porque, definido o resultado, Palmeira se antecipou e declarou apoio ao governador Paulo Dantas, que venceu a batalha do segundo turno enfrentando o então senador Rodrigo Cunha (Podemos).

Foi obviamente um lance estudado: mesmo sem estrutura e sem destacados apoios, Rui Palmeira decidiu mostrar força e conseguiu, obtendo mais de 157 mil votos, e isso foi feito com a perspectiva de apoiar Paulo Dantas e ser retribuído, como aconteceu, com um convite para integrar a futura equipe de governo comandando a Secretaria de Infraestrutura.

Para apoiadores do atual prefeito, entretanto, a situação vivida por Rui Palmeira deve servir não de ‘exemplo a seguir’, mas de advertência ao prefeito JHC, e o motivo disso é simples: em eventual confronto com o senador e atual ministro Renan Filho, o prefeito de Maceió não terá a chance de apoiar alguém (como fez Rui) em um segundo turno, pois não haverá terceira força e certamente a sucessão será definida e o governador eleito logo no primeiro turno.

Não se trata de torcer ou induzir o filho do veterano João Caldas a desistir do processo eleitoral que se aproxima, mas, como avaliam seus próprios aliados, de alertá-lo para uma realidade inescapável: a provável candidatura de Renan Filho já conta com a adesão de 93 prefeitos, dos quais 65 foram eleitos pelo seu MDB, da maioria dos vereadores de todo o Estado e de 22 dos 27 deputados estaduais, sem falar no respaldo de peso que será proporcionado pelo governador Paulo Dantas.

Atual vereador com visível protagonismo na Câmara de Maceió, Rui Palmeira poderia ter continuado integrando o governo de Paulo Dantas, como secretário de estado, mas saiu candidato a vereador para cumprir missão estratégica com vistas às eleições de 2026.

E JHC, para onde irá se perder a disputa sucessória?

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Sobre o blog

Iniciou-se no Jornalismo como redator do Diário de Pernambuco. Foi editor do Diário da Borborema (PB) e do Jornal de Alagoas. Exerceu os cargos de secretário de Comunicação da Prefeitura de Maceió e do Estado de Alagoas.

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