A dramática decisão do prefeito João Caldas filho para 2026
A tentação pelo governo ou Senado poderá deixar prefeito sem mandato até 2030

Reeleito em 2024 com votação histórica – mais de 83% do eleitorado da capital – João Henrique Caldas filho, o JHC, já mergulhou de ‘corpo e alma’ no oceano das projeções que conduzem ao processo eleitoral de 2026 e não tem ainda resposta para as três questões que envolvem seu destino político:
1 – Contenta-se com o triunfo nos urnas do ano passado e exerce plenamente o mandato até o final, em 31 de dezembro de 2028?
2 – Renuncia (até abril de 2026), entregando a Prefeitura ao vice Rodrigo Cunha, para disputar o governo do Estado?
3 – Abre mão do mandato, com menos de dois anos, para concorrer a uma das duas vagas no Senado Federal?
Se o problema maior de JHC é ficar sem mandato, e isso domina a lógica de todo político, a única forma de evitá-lo é disputar e vencer a eleição de 2026, seja para o governo ou Senado, mas, ainda assim, terá de abrir mão do cargo para poder concorrer.
Se a opção for por disputar o governo – sabendo que o adversário, muito provavelmente, será o hoje ministro Renan Filho, JHC sabe que, perdendo, ficará sem mandato até 2030, a menos que, em 2028 – impedido de conquistar a Prefeitura pela terceira vez sucessiva – concorde humildemente com sair para vereador.
Saindo para tentar a segunda cadeira de senador – considerando que Renan Calheiros lidera a corrida pelo primeiro voto – a situação será igualmente dramática, visto que é precisamente esse, também, o objetivo do deputado federal Artur Lira (PP).
É o projeto de Lira, aliás, que tem feito o prefeito maceioense, em conversas nos bastidores, afirmar que sua meta é uma só – o governo – e nesse caso ele se comporia justamente com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, seu nome para senador.
Este é o cenário, sem outras variantes, e JHC também sabe que, no que diz respeito à Prefeitura, o grosso do que poderia realizar já passou, primeiro porque o poço dos recursos da Braskem secou e, segundo, porque o tempo disponível é curto demais para ousar com projetos de médio e grande porte.
A ‘variante salvadora’, que está fora de cogitação por motivos óbvios, seria o prefeito conseguir o impossível: induzir o presidente Lula a pedir ao senador Renan Calheiros para convencer Renan Filho a não disputar o governo, mas essa fórmula parece já ter sido abandonada por JHC.
Já em relação ao ambiente de cordialidade que marcou o recente encontro de Renan Filho e Renan pai junto com João Caldas e Eudócia Caldas (pais de JHC), em Ibateguara, ninguém se iluda: não se tratou de acertos políticos na Serra da Catita.
Por enquanto, vale somente lembrar que os Caldas – sobretudo o prefeito JHC – estão empenhados em conseguir (em cartada ‘extra política’), o apoio do senador Renan Calheiros junto ao presidente Lula para sacramentar a nomeação de Marluce Caldas para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ).