Ciência, tecnologia e inovação
Conheça mulheres que fizeram história na ciência e tecnologia
Mulheres pioneiras desafiaram estereótipos e abriram portas na ciência e tecnologia para que outras pudessem seguir seus sonhos
O Dia Internacional da Mulher, celebrado anualmente em 8 de março, foi instituído pela ONU em 1975 para demarcar a luta das mulheres por seus direitos. Entretanto, os avanços conquistados não são estáveis. De acordo com um estudo publicado pela ONU Mulheres em janeiro deste ano (2024), houve uma redução no apoio ao protagonismo feminino e ao feminismo. “A misoginia e o sexismo ainda prevalecem em níveis elevados na sociedade brasileira”, escreve a instituição.
Em 2023, durante a onda de demissões em Big Techs, quase 70% das pessoas afetadas pelos cortes no Brasil foram mulheres, segundo o Layoffs Brasil. “Nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”, afirma Simone de Beauvoir, filósofa reconhecida pelas teorias sociais sobre gênero, em um de seus textos.
A luta para que mais mulheres pudessem ocupar espaços nas áreas de STEM — sigla para ciência, tecnologia, engenharia e matemática —, área em que apenas 35% das estudantes brasileiras estão matriculadas, também foi iniciada por pioneiras que enfrentaram restrições drásticas e desafios ainda maiores para ocupar espaços estruturalmente negados ao gênero.
Conheça 10 mulheres que fizeram história na ciência e tecnologia
Ada Lovelace
Ada Lovelace, matemática britânica do século XIX, é considerada a primeira programadora de computadores do mundo. Ela colaborou com Charles Babbage no desenvolvimento da máquina analítica, criando algoritmos para calcular sequências de números de Bernoulli. Sua visão pioneira sobre o potencial da computação a levou a antecipar muitos conceitos fundamentais da tecnologia moderna.
Bertha Lutz
A brasileira Bertha Lutz, bióloga e ativista pelos direitos das mulheres, se formou em Ciências Naturais pela Universidade Sorbonne, em Paris. Sua trajetória na luta pela emancipação feminina começou após ser proibida de concorrer a um cargo no Museu Nacional por ser mulher. Então, Lutz fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, que contribuiu para a criação de leis voltadas às mulheres, incluindo o direito ao voto feminino, no Brasil.
Hedy Lamarr
Além de atriz, Hedy Lamarr co-criou, junto com o compositor George Antheil, e patenteou um sistema de comunicação de espectro alargado por salto de frequência durante a Segunda Guerra Mundial. O modelo, que operava como uma mensagem “escondida” via ondas de rádio, serviu como precursor para a criação do Wi-Fi e Bluetooth.
Rosalind Franklin
Rosalind Franklin, química e bióloga britânica, contribuiu significativamente para a compreensão da estrutura do DNA. Suas pesquisas sobre imagens de difração de raios-X foram fundamentais para a descoberta de James Watson e Francis Crick sobre a estrutura de dupla hélice do DNA. Entretanto, ela não recebeu os devidos créditos por seu trabalho.
Grace Hopper
A cientista da computação Grace Hopper foi pioneira na programação de computadores. Ela desenvolveu a primeira linguagem de programação de alto nível, a COBOL, e introduziu o conceito de depuração de software. Hopper também atua como mentora e líder no campo da tecnologia.
Mae Jemison
Mae Jemison, astronauta e médica norte-americana, foi a primeira mulher negra a ir para o espaço. Ela voou a bordo da missão STS-47 do ônibus espacial Endeavour em 1992. Para além de sua carreira na NASA, Jemison é ativista pela educação científica para jovens.
Ursula Burns
Ursula Burns foi a primeira mulher negra a comandar uma empresa listada na S&P 500. A executiva foi presidente e CEO da Xerox Corporation entre 2010 e 2016, quando conseguiu transformar a companhia de cópias em papel em um negócio de tecnologia viável e lucrativo — em 2015, a receita da empresa alcançou o recorde de US$ 18 bilhões. Burns também é fundadora da Change the Equation, um programa sem fins lucrativos para impulsionar a educação em STEM.
Virginia Rometty
Virginia Rometty, a primeira mulher a ocupar o cargo de CEO de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a IBM, liderou a transição da companhia para áreas como computação em nuvem, inteligência artificial e análise de dados.
Sheryl Sandberg
Em 2008, Sheryl Sandberg ingressou no Facebook para assumir o cargo de diretora de operações. Em 2022, ela deixou a direção da Big Tech para se dedicar à filantropia, mas continuou como conselheira de Zuckerberg até janeiro de 2024. Defensora das mulheres nos negócios, Sandberg publicou o livro “Lean In: Women, Work, and the Will to Lead” (“Faça Acontecer: Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar”) em 2013.
Dra. Jaqueline Goes
A biomédica Jaqueline Goes ganhou os holofotes quando coordenou a equipe de cientistas do IMT (Instituto de Medicina Tropical) da USP (Universidade de São Paulo) que sequenciou o genoma do SARS-CoV-2 em tempo recorde: 24 horas após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil. Com o reconhecimento, a cientista busca incentivar as carreiras de meninas e mulheres na ciência.