A Trakto Show foi palco na tarde desta quinta (01) da primeira edição do prêmio Pesquisador Visionário. A homenagem reconhece estudiosos de destaque que desenvolveram projetos de alto nível na história da ciência alagoana. Integrando as programações do maior evento de negócios do Nordeste, a premiação contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), que desempenhou um papel substancial no suporte e desenvolvimento destes pesquisadores ao longo de suas carreiras.

Pedro Menezes, docente da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), foi um dos premiados. O pesquisador enfatizou a importância do apoio recebido desde a graduação, além de destacar iniciativas da Fapeal e da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti). Esses apoios o auxiliaram inclusive a fundar o Laboratório de Audição e Tecnologia na Uncisal (Latec), como forma de incentivo aos alunos a seguirem a carreira acadêmica e a contribuírem para o desenvolvimento do estado.

“Eu acho que o empreendedorismo na academia ainda precisa ser, no Brasil, muito mais estimulado. A Fapeal, a Secti e o Mentoring Team possuem iniciativas muito importantes para a gente que é pesquisador. Então acho que é por aí o começo, que estamos no lugar certo, num estado que está preocupado em investir no desenvolvimento tecnológico e, sobretudo, na criação de uma infraestrutura de desenvolvimento, empreendedorismo e inovação, utilizando a base da universidade também”, frisou Menezes.

Do Centro Universitário Cesmac, Sônia Ferreira também foi uma das contempladas. A doutora em ciências destacou como a participação nos editais da Fapeal, especialmente o Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), foi crucial para a melhoria das pesquisas clínicas e epidemiológicas focadas em pacientes com HIV e câncer de boca. O apoio da Fapeal permitiu avanços significativos no diagnóstico precoce e tratamento desses pacientes, melhorando consideravelmente sua qualidade de vida.

"A Fapeal tem sido fundamental desde que a gente começou a participar dos editais, principalmente o PPSUS que foi onde tudo mudou. Mas por que mudou? Porque a gente começou a conduzir pesquisas de maior qualidade a partir daí. E com relação às tecnologias duras, através dos aplicativos que criamos para trabalhar com o fumo, conseguimos desenvolver diagnósticos precoces do câncer de boca que podem ser usados por toda a rede. Então, temos avançado bastante no diagnóstico e no tratamento destes pacientes, melhorando as suas qualidades de vida e trazendo mais conforto nessa trajetória tão difícil que é o tratamento do câncer”, abordou a odontóloga.

Da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o professor Euzébio Goulart foi o terceiro premiado. Na Ufal desde 1975, o químico trabalhou no desenvolvimento de técnicas de controle de pragas na agricultura, utilizando substâncias como os feromônios para reduzir o uso de inseticidas. Ele destacou a importância das colaborações e da clara definição de objetivos para alcançar avanços científicos que beneficiem a sociedade.

“Eu faço parte do Programa de Pós -Graduação em Proteção de Plantas. Lá nós desenvolvemos várias técnicas de controle com o objetivo de reduzir doenças nas culturas. Uma linha de pesquisa muito forte na agricultura em que atuamos em colaboração com outros colegas é a ecologia dos feromônios. Estudamos um grupo de substâncias chamadas feromônios, que têm a capacidade de alterar o comportamento ou a fisiologia dos insetos. Esse método é uma forma elegante de controlar pragas, pois envolve modificar o comportamento delas. Por exemplo, podemos direcionar as pragas para um determinado local, reduzindo assim o uso de inseticidas no campo”, explicou o pesquisador.

O Diretor Executivo de Ciência e Tecnologia da Fapeal, João Vicente Lima, também esteve presente no evento e ressaltou a satisfação do Governo de Alagoas em apoiar e investir nos estudiosos e na ciência.

"Eu queria dizer que para o Governo do Estado de Alagoas, o governador Paulo Dantas, o Secretário Sílvio Bulhões, e para o presidente da Fapeal, Fábio Guedes, é uma grande satisfação esta parceria com a Trakto, e que o Governo é apenas suporte para dar vez, oportunidade e apostar nos estudiosos, nas escolas, nas universidades e na ciência. Então a gente quer favorecer que eles cresçam e brilhem", pontuou o gestor.

O evento destacou não apenas as conquistas individuais, mas também o impacto coletivo das iniciativas de apoio à pesquisa científica no Estado de Alagoas, destacando a relevância dos investimentos pioneiros de R$ 200 milhões aportados pelo Programa Mais Ciência Mais Futuro.