Após as denúncias de que o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Alagoas (OCB/AL) tem dificultado a participação de várias cooperativas no processo eleitoral da entidade, e de falta de transparência da própria OCB/AL, membros da entidade decidiram montar uma chapa de oposição à atual para participar do pleito, marcado para 20 de abril.

De acordo com um dos membros da chapa, intitulada Muda OCB, a perspectiva é que uma nova gestão traga esperança para várias cooperativas que não fazem parte da OCB atualmente.

“É uma entidade nacionalmente conhecida e que pode valorizar cada vez mais o cooperativismo no estado de Alagoas e no Brasil. Queremos uma OCB mais inclusiva, participando desse projeto para fazer com que realmente o setor em­­ Alagoas tenha um alcance nacional e que toda a sociedade possa entender como o cooperativismo é importante”, afirmou Aldemar Monteiro, presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA/AL).

Segundo ele, a CPLA teve dificuldades para filiar-se à OCB/AL. “Foram dois anos e só conseguimos após judicializar o processo”, comentou.

Rômulo Dantas, presidente da Coopac (Cooperativa dos Agricultores Qualificados), diz que a atual gestão da OCB em Alagoas apequena a entidade. “Vou participar dessa desse movimento Muda OCB Alagoas, por uma OCB mais participativa, inclusiva, com a cara das cooperativas da agricultura familiar de Alagoas, do ramo do trabalho, de todos os segmentos, para pensar o cooperativismo”.

Atualmente o sistema OCB está sob comando de Márcia Túlia, que assumiu após a morte do ex-presidente, Marcos Braga Rocha, em 2021. Ela é pré-candidata a reeleição, mas enfrenta oposição de importantes cooperativas de todos os ramos.

Denúncias

Após um pedido do Sicredi, a Justiça de Alagoas determinou que as eleições da OCB/AL, marcadas para o início de março, fossem adiadas para 20 de abril. Com a prorrogação do prazo, o número de membros aptos a participar do processo passou de 32 para 54 cooperativas.

Apesar disso, algumas cooperativas continuam impedidas de participar da votação, a exemplo da Coopaíba e Capial. Elas alegam dificuldades para conseguir regularizar a situação junto a entidade, mesmo tendo apresentado toda a documentação, essas e outras cooperativas tiveram o processo de regularização dificultado porque apresentam discordâncias em relação a atual gestão.

Outros dirigentes de cooperativas que tem posicionamento crítico à atual gestão, mesmo tendo conseguido se regularizar, relatam dificuldades e exigências atípicas para se tornarem aptas a participar da eleição.

Falta de transparência

Apesar da cobrança feitas as suas associadas, a diretoria da OCB/AL é acusada de não dar transparência a gestão, deixando de publicar em seu site as prestações de contas, balanços financeiros, bem como resultados de licitações e contratos dentro do prazo legal.

Só existem publicados no site da entidade Balanços Financeiros até 2019, Extratos de Contratos e Extratos de Inelegibilidade até 2020 e Extratos de Dispensa e Contratos e Licitações até 2021.

O Jornal de Alagoas tentou, por várias vezes, contato com a assessoria do órgão, mas não obtivemos resposta acerca das denúncias e acusações. O espaço está aberto para um eventual posicionamento a respeito da OCB/AL.