Uma decisão na noite desta segunda-feira (18), determinou a exclusão de algumas cooperativas de participarem da eleição da OCB Alagoas, bem como da Assembleia Geral marcada para esta quarta-feira (20). A determinação é do juiz Gilvan de Santana Oliveira, da 9ª Vara Cível da Capital.

A suspeita é de que as cooperativas tenham sido criadas apenas para influenciar votos em favor da atual diretoria e em desfavor do grupo de oposição, o Muda OCB Alagoas, que entrou com a ação na Justiça.

Estão impedidas de participar do pleito, as seguintes cooperativas:

1.Cooperativa de Trabalho de Cajueiro
2.Cooperativa de Trabalho de Turismo de Água Branca
3.Cooperativa de Trabalho de Turismo de Xingó
4.Cooplimpinovar Cooperativa de Trabalho de Material de Limpeza Inovar
5.Cooperativa Agropecuária de Limoeiro de Anadia

Todas foram registradas após a convocação para a assembleia que seria realizada no dia 7 de janeiro. O Mandado de Intimação para a atual diretoria da OCB Alagoas já foi expedido e espera-se que seja cumprido antes da eleição desta quarta.

Uma outra denúncia, envolvendo o sistema Siscoop em Alagoas, deve ser encaminhada ao Ministério Público Federal ainda este semana.

Denúncias

Como mostrado pelo Jornal de Alagoas, a eleição para a nova diretoria da OCB/AL está cercada de suspeitas, tendo inclusive sido suspensa judicialmente, para garantir a participação de todas as cooperativas associadas. Segundo o documento endereçado a 9ª Vara Cível da Capital, no edital de convocação para a Assembleia Geral Ordinária, constam 79 cooperativas registradas e 54 regulares e, portanto, aptas a votar.

Porém, a lista fornecida através de ofício ao Sicredi, inclui entre as 54 cooperativas várias cooperativas que não constavam entre as registradas na página da OCB/AL na internet, entre as quais quatro criadas após convocação da primeira assembleia, suspensa pela justiça e sendo três delas criadas no mesmo dia, pelo mesmo contador, com os mesmos números de contato.

Outra denúncia, envolve a empresa 3R Consultoria e Assessoria Contábil Ltda, que presta serviços para a OCB/AL. No ano de 2021, ela realizou contratos de R$ 70.490,00 com o Sescoop. Neste ano de 2022, já realizou contratos totalizando R$ 67.300,00 até o mês de março. Importante lembrar, que o Sescoop Alagoas é uma instituição mantida com dinheiro público e controlada pela diretoria da OCB/AL.

Contratos suspeitos

Não só o contrato com a empresa de contabilidade é considerado suspeito. Várias cooperativas, aliadas da atual gestão e que tenta se manter na direção da OCB/AL, foram contratadas durante o período de eleição da entidade, com valores muito superiores aos gastos em 2021. Como por exemplo, a a cooperativa dos Fisioterapeutas de Alagoas registrou contratos de R$ 61.720,00 durante todo o ano de 2021, enquanto até março de 2022, já havia registrados contratos de R$ 80.630,00.

Outra suspeita envolve a Cooperativa De Trabalho De Psicólogos, que registrou um contrato de apenas R$ 780,00 em todo o ano de 2021, mas nos três primeiros meses de 2022 já havia registrado contratos que somam R$ 49.600,00. Outra foi a Cooperativa dos Músicos da Orquestra Filarmônica de Alagoas, com contratos na ordem de R$ 72.365,00 durante todo o ano de 2021 e de R$ 97.895,00 em apenas três meses de 2022.