Cooperativismo
Movimento de oposição à atual gestão da OCB entrega documento com denúncias a interventor
“O interventor garantiu que não há mais, nem tampouco haverá, favorecimento a determinadas cooperativas, que o tratamento se dá, com a intervenção judicial, entre iguais”
Mais de 30 pessoas representando 22 cooperativas alagoanas participaram, nesta segunda-feira (9), de reunião com o interventor judicial responsável pelo processo eleitoral da Organização dos Sindicatos das Cooperativas Brasileiras de Alagoas (OCB-AL), Antônio de Pádua. A reunião foi realizada na sede da OCB, no bairro do Feitosa, em Maceió.
As cooperativas formaram um grupo de oposição denominado Nova OCB-AL, para participar das eleições da entidade, após uma série de denúncias contra atual gestão da presidente Márcia Túlia. O processo eleitoral foi suspenso pela Justiça de Alagoas que nomeou Antônio de Pádua como interventor para conduzir o pleito, marcado inicialmente para março deste ano.
Durante o encontro com o interventor, os participantes do movimento entregaram um documento com 16 pontos, com denúncia e solicitação de esclarecimentos a respeito do processo eleitoral. A última acusação que cai sobre a atual gestão da OCB, diz respeito à tentativa de coação de cooperativas que participam do grupo de oposição. O grupo já denunciou várias supostas irregularidades somente nos últimos dois meses.
“O interventor garantiu que não há mais, nem tampouco haverá, favorecimento a determinadas cooperativas, que o tratamento se dá, com a intervenção judicial, entre iguais”, afirma um dos porta vozes do movimento, Antonino Cardozo.
Segundo ele, a entrega do documento assim como as denúncias foram registradas em ata e serão apuradas. “O interventor tomou conhecimento e vai encaminhar em juízo uma série de esclarecimentos necessários para que haja lisura nesse processo. Ele garantiu a isenção nas eleições e que a atual gestão está tendo seus atos monitorados pela Justiça”, disse Cardozo, confiante de que o encontro com Antônio de Pádua foi positivo para o futuro da entidade.
“Foi uma reunião técnica, o que se pediu e se pede é transparência, mas, desde já é uma vitória para todas as cooperativas de Alagoas, pois já demonstra uma grande mudança no perfil da OCB. O movimento quer isso, que todos participem democraticamente, então só de haver essa reunião na sede da OCB, já demonstra uma nova perspectiva nesse processo de mudança e de resgate de uma instituição grandiosa e tão importante para Alagoas”.
Estatuto inválido
Márcia Túlia assumiu a presidência da OCB-AL após morte do ex-presidente, Marcos Braga Rocha, em 2021. O movimento Muda OCB denuncia que, após a morte de Marcos Braga, foram feitas às pressas mudanças no estatuto para beneficiar a atual gestão.
“O novo estatuto, modificado logo após a morte do Marcos, permitiu a eleição da Márcia e nós o consideramos irregular e, por isso, ele deveria ser invalidado. Trouxemos isso com provas para o interventor, que vai levar em consideração todo o contexto e evidências observadas até agora”, disse uma fonte que participa do movimento.
Para ele, a eleição deve ser feita com base no estatuto antigo, de antes da morte do ex-presidente, uma vez que o atual anularia a eleição da Márcia Túlia.
Plano para a eleição
Após as deliberações da reunião, o interventor judicial Antônio de Pádua deve elaborar um plano para a condução da eleição da OCB-AL. Esse plano deve ser apresentado e aprovado pela Justiça de Alagoas num prazo de 15 a 20 dias e um mês após a aprovação do plano é que devem ser realizadas por fim a eleição da Organização das Cooperativas de Alagoas.