Introduzir alimentação saudável e proveniente da agricultura familiar alagoana no cardápio da merenda escolar da rede de ensino de Maceió é um dos objetivos da parceria entre a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e a Secretaria Educação de Maceió (Semed). A comunidade escolar comemorou o reforço e a presença de alimentos saudáveis na alimentação infantil.

Um das ações dessa parceria foi realizada nesta quinta-feira (18), quando 400 alunos da escola municipal Dom Helder Câmara, localizada no bairro do Feitosa, na capital alagoana, participaram do teste de palatividade de receitas produzidas pela Coopaiba e pela Coobapi, cooperativa que faz parte da Unicafes. Os estudantes de ensino fundamental provaram um bolo de banana com passas sem lactose e sem açúcar e um bolo de arroz sem glúten.

No teste, as crianças provam e avaliam a receita com um questionário onde marcam o resultado em escala hedônica, ou seja, dizem se gostaram, não gostaram ou foi indiferente, de forma simples e intuitiva. Isso garante a participação direta dos alunos da rede municipal na construção do cardápio própria merenda. Para ser aprovada, a receita tem que ter avaliação positiva de pelo menos 85% dos participantes. O resultado do teste será divulgado ainda esta semana. 

“É muito gratificante estar na escola, participar desse momento histórico, onde eles [crianças] vão provar de produtos de qualidade que só acrescentam na sua nutrição e vamos esperar agora as próximas degustações”, contou Tainá Santos, produtora da Coopaiba e integrante da Associação Sabor Artesanal, do município de Piaçabuçu, na região Sul de Alagoas.

Para a nutricionista da Semed, Sueli Mota, a introdução de alimentos nutritivos, saudáveis e provenientes da agricultura familiar dentro do cardápio da rede municipal de ensino tem uma grande importância devido às questões que envolvem a segurança alimentar dos alunos que muitas vezes contam com a merenda para compor suas refeições diárias.

“É muita alegria ter na merenda produtos saudáveis, sem adição de açúcar, sem lactose. Há essa preocupação no Programa Nacional de Alimentação Escolar [PNAE]. A proposta do alimento no ambiente escolar é também educativa, é o desenvolvimento biopsicossocial que está voltado para o aprendizado”, explica Sueli. “Uma criança bem alimentada ela produz, que raciocina melhor, então está tudo voltado para a saúde e o aprendizado desta criança. Estamos buscando contemplar e conscientizar cada dia mais nossas crianças da importância da alimentação saudável”, acrescenta.

Vestido com uma camisa do flamengo e na fila para pegar um dos bolos que sobraram para levar para casa, Erick Maycon, do quinto ano B,  como pediu para colocar na reportagem, disse que aprovou e bolo e votou na carinha sorrindo, para o bolo ficar na merenda. “Eu adorei o bolo, achei o máximo”, disse. A opinião é a mesma de Yasmin Paulino, também do quinto ano, que já estava no copo de suco, mas disse ter adorado o bolo. Tímida, quando perguntada se o bolo poderia vir mais vezes para a merenda, ela sorriu e acenou positivamente.

A diretora da escola Dom Helder Câmara, Aristéia do Santos relatou que percebe, a partir da introdução de alimentos mais saudáveis no cardápio da merenda, um processo de reeducação alimentar. “Hoje á um consumo muito grande alimentos industrializados, com muito sódio e açúcar”, diz.

Segundo ela, a parceria faz com que alunos, professores e a comunidade reflitam sobre a importância de se ter esse tipo de comida na mesa, seja na merenda da escola ou na própria casa desses alunos. “Além disso, é uma forma de perceber a saúde dos nossos alunos. É uma educação que deve começar e ser estimulada no ambiente escolar.

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