Cooperativismo
Cooperativa alagoana credencia coco de Ouricuri como matéria-prima de biocombustível
Cooperativa COOPCAFI funciona na região de São José da Tapera, no interior do estado
“A gente quer e vai trabalhar o extrativismo do fruto ouricuri como matéria-prima na produção de biocombustível no sertão alagoano”, revelou ao Jornal de Alagoas, nesta quinta-feira (27), durante o Seminário Bumba Meu Bio, a representante da cooperativa alagoana COOPCAFI, Verônica Gomes Santos.
A cooperativa, localizada na região de São José da Tapera, no interior do estado, é filiada à União das Cooperativas da Agricultura Familiar e da Economia de Alagoas (Unicafes-AL), entidade que está realizando a primeira edição do evento, Bumba Meu Bio, à nível regional.
O credenciamento da fruta como possível biocombustível aconteceu graças à inclusão, bem sucedida, da cooperativa no programa Selo Biocombustível Social, política pública criada para garantir aos agricultores familiares a oportunidade de participar do mercado de biocombustíveis do país.
“Desde do ano passado tentamos credenciar o fruto como uma das potencialidades possíveis de comercialização dentro do Selo Biocombustível Social. Conseguimos esse ano. No momento, estamos passando por um processo de tramitação para logo mais comercializá-lo como produto”, disse.
Ouricuri
Ouricuri é uma palmeira oleaginosa nativa do bioma da Caatinga da costa leste do Brasil. O fruto dessa palmeira é igual ao coco, pequeno. A fruta pode ser usada na produção de óleo natural, cosméticos, farinha, entre outros produtos. A polpa, que é a parte de fora, a parte mais carnuda, lembra o dendê.
A amêndoa da fruta é consumida in natura, sendo também utilizada para fabricação de cocadas, licores, e o leite de ouricuri, muito utilizado na culinária baiana.
“Hoje em dia, como já existe o extrativismo da castanha do Pará, do cacau e a própria produção do coco na região do Vale de São Francisco, a equipe da COOPCAFI quer também trazer essa prática para Alagoas. Inclusive, já existem grupos isolados que trabalham com ouricuri caramelizado, óleo e farinha de ouricuri. Então, o fruto tem um grande potencial, que pode ser explorado”, reforçou.
Se de fato utilizado como alternativa econômica e ambiental aos combustíveis fósseis na região interiorana, o coco vai garantir aos agricultores locais “assistência técnica, geração de renda, oportunidade, emprego, além do valor comercial e agregação do valor do produto”, contou.
Atualmente, conta verônica, cerca de três a quatro mil toneladas do fruto são produzidos por ano, considerando “apenas a produção entre os moradores da região". Além disso, até o momento, por conta do baixo valor comercial no mercado, de 110 a 200 agricultores locais são beneficiados.
*Estagiário sob supervisão