Um dos combustíveis que levam o Brasil a frente agora pode fazer com que Alagoas lucre mais. E melhor: que essa rentabilidade se dê a partir de produtos da agricultura familiar. Foi com essa percepção que a União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária em Alagoas (Unicafes) abriu, nesta quinta-feira (27), o Seminário Bumba Meu Bio, em Maceió.

A abertura do evento lotou o auditório do Sebrae em Alagoas e reuniu lideranças da agropecuária, políticos e autoridades, além dos principais nomes do biodiesel brasileiro para discutir a participação da agricultura familiar da região Norte e Nordeste no segmento, através da política nacional de biocombustível, por meio do Selo Biocombustível Social.

O presidente da Unicafes em Alagoas, Antonino Cardozo, em seu discurso na abertura do Bumba Meu Bio, agradeceu aos participantes e celebrou o que classificou como um momento histórico e tripartite, “de junção entre os atores políticos, empresariais e civis, para desenvolver a cadeia de produção do biodiesel em Alagoas”.

“Só em Alagoas são 4200 famílias que trabalham com a agricultura familiar para produção de biodiesel. O sucesso do empresário é o sucesso da agricultura familiar. Quanto melhor estiver o empresário, melhor estará o agricultor do segmento de biodiesel”, afirmou.

A produção de biodiesel como alternativa de geração de emprego e renda para milhares de famílias alagoanas foi defendida pelo deputado federal Luciano Amaral, presente no evento. “Estou muito feliz porque essa é uma bandeira que sempre levantei e levanto e luto diariamente pelo fortalecimento das cooperativas, da agricultura familiar e da produção de biodiesel em Alagoas para que tenhamos ainda mais a participação desse produto no desenvolvimento do estado através da geração de emprego e renda”.

Quem também se fez presente na mesa de abertura foi o deputado estadual Bruno Toledo. Ele afirmou que a Assembleia Legislativa de Alagoas está tomada por essa pauta e é um novo tempo para o biodiesel, de retomada de sua produção em âmbito nacional e estadual.

“Temos em Alagoas uma pasta executiva para o cooperativismo que mostra a importância que o estado dá para o tema e para o seu desenvolvimento. A Assembleia Legislativa de Alagoas também está tomada por esta pauta e no que depender do parlamento alagoano nós estaremos prontos e preparados para fomentar o biodiesel como solução para tantos produtores que precisam levar dignidade para suas famílias”.

A variedade de culturas alagoanas enquanto produtos que podem gerar biodiesel foi uma das pautas trabalhadas por Givaldo Telles, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura em Alagoas (Fetag-AL). Segundo ele, o estado de Alagoas é um propulsor que faz pulsar a comercialização da produção das cooperativas alagoanas.

“O programa biodiesel é muito grande e não é só soja, não é só commoditie. É preciso inserir os produtos da agricultura familiar dentro dessa cadeia. Coloco a estrutura da fetag a disposição para que possamos construir um projeto parceiro para produzir alimentos que possam produzir o biodiesel”, concluiu.


Participaram ainda da abertura do Bumba Meu Bio, o secretário executivo do cooperativismo em Alagoas, Aldaberon Sá, representantes de cooperativas alagoanas, gestores de entidades ligadas ao agronegócio e técnicos do governo federal de pastas do setor energético e agrícola. O seminário segue até sexta-feira (28), no auditório do Sebrae Alagoas com uma programação de palestras e workshops.