Cooperativismo
Presidente da OCB/AL pratica terrorismo eleitoral contra pequenas cooperativas em Alagoas
Eleições da entidade estão sob intervenção judicial desde 2022; atual presidente cortou benefícios sociais de cooperados para pressionar para realização das eleições
A presidente da Organização das Cooperativas e Sindicatos de Alagoas (OCB/AL), Márcia Túlia, vem sendo acusada de praticar terrorismo eleitoral com o objetivo de que sua chapa, de situação, saia vitoriosa do pleito que vai determinar a próxima direção da entidade representativa.
As eleições da OCB vem passando por um imbróglio judicial após várias acusações de interferências e irregularidades no pleito e estão sob intervenção judicial desde abril de 2022, quando a Justiça nomeou o interventor Antônio de Pádua para conduzir o processo.
Em sua ação mais recente, Pádua determinou o cancelamento da constituição da Comissão Eleitoral. Na decisão, publicada no próprio site da OCB/AL e assinada por Pádua em 14 de setembro, ele alega que condução do processo ficará sob sua tutela e, como medida de garantia da transparência e publicidade nos atos, com objetivo da participação igualitária dos interessados no feito eleitoral, “será constituída uma comissão fiscalizatória eleitoral, a ser composta por 01 (um) membro indicado por cada chapa eventualmente inscrita no feito, à qual caberão os poderes de fiscalização do procedimento eleitoral”.
A denúncia, no entanto, sob atual presidente Márcia Túlia, que já foi destituída e reconduzida ao cargo desde o início das eleições, é de que ela está fazendo terrorismo eleitoral com as cooperativas associadas, principalmente as organizações formadas por pequenos agricultores rurais, que dependem dos benefícios sociais que são destinados pela OCB/AL.
Devido a situação eleitoral da Organização, o interventor determinou a suspensão da concessão desses benefícios com o objetivo de garantir a idoneidade e a lisura do processo. Em decisão monocrática, Márcia Túlia decidiu por rescindir e cancelar os contratos com as cooperativas, deixando à míngua, pequenos produtores rurais que, através de suas associações,contribuem com a OCB/AL.
Esse fato tem causado revolta. “O que ela faz é perverso. São pais de família que deixaram de receber suas contribuições, são pessoas que não dormem procurando uma solução, são crianças com fome e que não conseguem estudar, porque, sem a contribuição, não há recursos para que essas pessoas possam tirar o sustento dos seus entes queridos”, disse uma fonte ao Jornal de Alagoas.
A reportagem tenta contato com a presidente Márcia Túlia e com o interventor judicial para que os fatos sejam confirmados e as defesas e opiniões possam ser expostas. Diante da ausência da Comissão Eleitoral, a OCB/AL ainda não tem data marcada para definir quem vai comandar a entidade.